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Marido ‘vê’ mulher após 30 anos graças a olho biónico

Depois de 30 anos a viver em total escuridão, o norte-americano Larry Hester voltou a "ver" a esposa e o mundo à sua volta - embora de forma diferente daquela a que estava habituado - graças a um olho biónico.
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Depois de 30 anos a viver em total escuridão, o norte-americano Larry Hester voltou a “ver” a esposa e o mundo à sua volta – embora de forma diferente daquela a que estava habituado – graças a um olho biónico. 
 
A inovação é da responsabilidade do Duke Eye Center, nos EUA, onde, em Setembro, uma equipa médica implantou no olho esquerdo de Larry, de 66 anos, que ficou cego devido a uma doença degenerativa denominada retinite pigmentosa, um sensor capaz de absorver sinais luminosos enviados por uma câmara acoplada a um par de ósculos especiais.
 
No início deste mês, a equipa, coordenada pelo cirurgião ocular Paul Hahn, ligou o dispositivo pela primeira vez e, ao fim de três décadas, Hester conseguiu voltar a “ver” mulher, Jerry, e a identificar sinais luminosos de diferentes intensidades, revela um comunicado.
 
Apesar de não restaurar a visão normal, esta solução fornece, segundo Hahn, um auxílio visual que permite distinguir uma porta de uma janela ou identificar uma passadeira pintada na estrada, já que, quando os óculos são apontados para luzes mais brilhantes, os “flashes” luminosos aumentam também de intensidade. 
 
“Acho que este dispositivo vai permitir ao Larry experienciar um mundo completamente novo. Não é a visão como a conhecemos tradicionalmente, mas é um tipo de visão diferente para ele”, explica o cirurgião, citado num vídeo divulgado pelo Duke Eye Center que dá a conhecer esta história.
 
De acordo com Patrick Finnerty, da Second Sight Medical Products, empresa que está a comercializar o dispositivo já implantado em sete pessoas, por intermédio deste sistema “os pacientes recebem 'flashes' luminosos e têm, depois, de tentar determinar o que eles significam”, o que os ajudará “a navegar pelo mundo que os rodeia”. 

Veja o video do momento em que o olho biónico de Larry foi ativado.
 

O dia em que o dispositivo foi ativado foi de grande emoção para Larry e a esposa. “A luz é algo tão básico e que, provavelmente, não teria qualquer significado para outra pessoa, mas, para mim, significa que consigo ver e este é só o início do caminho”, congratula-se o norte-americano.
 
Desde a primeira experiência com o olho biónico, um dos momentos mais marcantes foi, para a mulher, Jerry, um dos mais simples: estava sentada numa cadeira escura enquanto ambos assistiam a um jogo de futebol e o contraste permitiu ao marido identificar a sua pele através de 'flashes', pelo que apenas estendeu a mão e lhe tocou no rosto. “Foi bonito”, confessou.
 
Nos próximos tempos, Larry Hester vai continuar a visitar, regularmente, o Duke Eye Center para receber treino adicional na utilização do implante com vista a aprender a distinguir formas e objetos a partir dos 'flashes'.
 
O norte-americano diz-se entusiasmado com a oportunidade de dar aos investigadores informações que possam ser usadas para melhorar a tecnologia e para beneficiar a próxima geração de pacientes com a doença.

“Pergunto-me como é que tive tanta sorte. Porquê eu? Mas se puder usar o que aprender para ajudar outras pessoas com retinite pigmentosa, as vantagens não serão exclusivamente minhas”, conclui.

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