“Estamos a criar produtos novos a um ritmo alucinante. Todos os dias, os nossos clientes têm necessidade da nossa inovação para se diferenciarem dos mercados concorrentes”, disse à Lusa Fernanda Henriques, diretora da BQ, uma das 17 empresas portuguesas presentes na Lineapelle, a feira internacional de pele, acessórios e componentes, em Bolonha.
A empresa Curtumes Fabrício tem mais de 60 anos de experiência a curtir peles de ovino e de caprino, destinadas à indústria de vestuário, marroquinaria e calçado. Deu o salto para as marcas topo de gama e conquistou dois grandes nomes da moda: Lancel e Christian Louboutin.
Depois de vários testes para responder a todas as exigências das marcas, saíram da empresa de Seia, coleções de pele para carteiras que estão à venda em lojas de todo o mundo. Em três anos conseguiram aumentar as exportações de 8 para 40 % das vendas de dois milhões de euros, uma percentagem para “continuar a crescer”, revelou o diretor financeiro, José António Santos.
A mesma meta tem Renato Fernandes, diretor da Mercolusa, que acredita que só será atingida com a criação e desenvolvimento de novos produtos: “Tanto o meu pai como o meu tio viveram este negócio de uma forma diferente. Hoje vive-se muito mais da moda, da criação e desenvolvimento de novos artigos e da expansão para o mercado externo”.
Na Ramiro, a segunda geração também assumiu os destinos da empresa de Arrifana que está a crescer “na ordem dos 70 a 80%”, impulsionada pela indústria portuguesa de calçado, mas também pelas vendas ao exterior, tendo apostado em ter representação em Espanha, Itália e Marrocos.
Na Lineapelle, Chris Hodgson, diretor de operações da marca de calçado desportivo New Balance, disse que compra em Portugal 60 % das peles para o calçado fabricado em Inglaterra, considerando “as empresas portuguesas mais flexíveis e capazes de responder aos desafios colocados”.
Também a Next, que fabrica em Portugal 1,3 milhões de pares de sapatos por ano compra a peles às fábricas de curtumes nacionais. “É a flexibilidade das entregas e a pró-atividade da indústria de curtumes que tem ajudado a manter o negócio em Portugal”, adiantou Dulce Santos, da Ana Osório, agente da Next no mercado português.
[Notícia sugerida pela utilizadora Marta Remi]