A 'La Rose', uma das mais históricas marcas da indústria conserveira do Algarve, vai voltar ao mercado, 40 anos depois de ter sido retirada da comercialização.
A 'La Rose', uma das mais históricas marcas da indústria conserveira do Algarve, vai voltar ao mercado, 40 anos depois de ter sido retirada da comercialização. O relançamento no mercado fica a cargo da Ramirez & Cª, a mais antiga empresa em laboração no setor das conservas de peixe.
“Apesar de tudo, a marca continua a ostentar um enorme potencial, motivo que nos levou a repensar a sua reintrodução no mercado”, refere Manuel Ramirez, administrador da Ramirez, empresa conserveira de Matosinhos. “Habituei-me a ver as grandes marcas que o Algarve tinha e esta era uma delas”.
Como tal, o empresário e administrador da mais antiga empresa conserveira em laboração no país decidiu recuperar o prestígio de outrora da marca algarvia, reintroduzindo-a no mercado através de uma gama de conservas de sardinha, cavala e atum. As embalagens, essas, terão por base um visual apelativo, mas fiel à sua identidade original.
Segundo o responsável, o relançamento da 'La Rose' deve-se “a todo um imaginário de qualidade que a marca tem”, sendo numa primeira fase colocadas à venda em Portugal cerca de 100.000 latas de sardinha e de atum em azeite.
“Já fizemos o relançamento de outras marcas algarvias, que, inclusive, já temos espalhadas pelo mundo. O objetivo é fazer esse mesmo trabalho com a 'La Rose'”, frisa Manuel Ramirez, perspetivando uma entrada no mercado asiático “dentro de dois meses”.
“Olhamos com otimismo para o mercado internacional, pois o setor das conservas está a aumentar as suas exportações e julgo que, apesar dos problemas todos da crise, é dos poucos setores que têm seguido em frente”, sublinha.
Para Manuel Ramirez, um dos maiores problemas com que a indústria conserveira se tem vindo a debater “é a insuficiente frota pesqueira”, pelo que Portugal “deveria olhar de forma diferente para as potencialidades que o mar oferece”.
“O mar é aquilo que nos pode dar um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) muito grande. É com ele que temos as maiores potencialidades para voltarmos a ser grandes”, refere.
As conservas 'La Rose' começaram a ser produzidas em 1902 na fábrica Feu Hermanos, tendo saído do mercado no final da década de 1970. A sua história está documentada na antiga fábrica conserveira, junto ao rio Arade, em Portimão, hoje transformada em Museu Municipal.