Foi com tristeza que o mundo se despediu de Nelson Mandela. Um símbolo de justiça que, nas palavras de Barack Obama, mostrou "à humanidade que é possível mudar para melhor".
Foi com tristeza que o mundo se despediu de Nelson Mandela. Um símbolo de justiça que, nas palavras de Barack Obama, mostrou “à humanidade que é possível mudar para melhor”. De toda a parte chegam homenagens ao homem que pôs fim ao apartheid. Apesar de ter partido, a sua mensagem de liberdade permanece.
Por todo o mundo, sucedem-se, desde sexta-feira de madrugada, as cerimónias e os discursos de homenagem. Nelson Mandela, Nobel da Paz em 1993, mudou o mundo para melhor e para sempre.
Em Joanesburgo, África do Sul, milhares de pessoas realizam vigílias, dançam e cantam diante das casas em que o líder que acabou com a segregação racial viveu. Na capital do país, Pretória, erguem-se bandeiras pelas ruas. Segundo avança a imprensa internacional, o governo sul-africano prevê realizar cerimónias fúnebres ao longo dos próximos doze dias.
“A nossa nação perdeu o seu maior filho. O nosso povo perdeu um pai. Apesar de sabermos que esse dia chegaria, nada pode diminuir o nosso sentimento de profunda perda”, disse hoje Jacob Zuma, presidente da África do Sul.
Nos EUA, Mandela foi homenageado pelo presidente Barack Obama e pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. “Este homem agarrou a história com as mãos e dobrou o arco da moral em direção à justiça”, disse Obama. “A sua viagem de prisioneiro a presidente deixa a promessa de que os homens e os países podem mudar para melhor”, acrescentou o chefe de estado.
27 anos de cativeiro em nome da justiça
O histórico líder sul-africano (e também sócio do Sporting Clube de Portugal) nasceu em Mvezo, na África do Sul, a 18 de julho de 1918 e desde sempre lutou por viver num país onde existisse igualdade de dignidade e direitos para todos os seres humanos.
Mandela passou 27 anos na prisão. Só depois de uma forte campanha internacional, Mandela foi libertado, em 1990, no auge da tensão social na África do Sul. Em liberdade, ‘Madiba’ (como era conhecido entre os seus amigos) iniciou negociações com o presidente F.W. de Klerk para abolir o apartheid e realizar as primeiras eleições multirraciais, em 1994, que conduziram à vitória do seu partido, o ANC.
“A prisão, mais do que quebrar o nosso espírito, fez com que ficássemos mais determinados a continuar nesta batalha até alcançarmos a vitória”, disse o líder do African National Congress (ANC), sobre os anos que esteve em cativeiro.
Nelson Mandela e o arcebispo Desmond Tutu, também Nobel da Paz (1984), no dia da vitória do ANC em 1994 © Centro para a Memória de Nelson Mandela
18 de Julho – Dia Nelson Mandela
Em 1993, Mandela foi reconhecido com o Prémio Nobel da Paz. Foi nesta altura também que decidiu abandonar o poder, um poder que exerceu para servir os outros.
Em 2009, a ONU instituiu o dia 18 de Julho, data do nascimento do primeiro presidente negro da África do Sul, como o dia Nelson Mandela, como forma de celebrar a paz e a liberdade mundiais.
Em 2012, foi lançado um arquivo online sobre a vida de Nelson Mandela. Vídeos, fotografias, cartas e outros documentos da vida do líder sul-africano estão disponíveis gratuitamente no site Nelson Mandela – Centro para a Memória de forma a perpetrar a mensagem daquele que escreveu um dos capítulos mais emocionantes da história da Humanidade.