O prémio Nobel da Paz 2014 foi, esta manhã, atribuído à jovem paquistanesa Malala Yousafzai e ao ativista indiano pelos direitos das crianças Kailash Satyarthi.
O prémio Nobel da Paz 2014 foi, esta manhã, atribuído à jovem paquistanesa Malala Yousafzai e ao ativista indiano pelos direitos das crianças Kailash Satyarthi. O anúncio foi feito há momentos em Oslo, na Noruega, onde está a decorrer a cerimónia.
Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi foram ambos premiados “pelo seu combate à opressão das crianças e dos jovens e pela defesa dos direitos de todas as crianças à educação”, afirmou Thorbjoern Jagland, presidente do Comité Nobel norueguês, que deu a conhecer o nome dos vencedores.
“Através da sua luta heróica, Malala Yousafzai transformou-se numa líder e porta-voz dos direitos das raparigas à educação”, acrescentou Jagland, citado
na conta oficial do Twitter dos Prémios Nobel.
O indiano Kailash Satyarthi, de 60 anos, com quem Malala partilha o galardão máximo da Paz, foi, por seu lado, distinguido “pela grande coragem pessoal” e pelas “manifestações pacíficas” que levou a cabo “contra a grave exploração das crianças feita em nome da obtenção de lucro”.
“O Comité Nobel considera importante que um hindu e uma muçulmana, um indiano e uma paquistanesa, se juntem a uma luta comum pela educação e contra o extremismo”, pode ler-se em comunicado.
A mais jovem laureada de sempre
Malala Yousafzai, de 17 anos, nascida no Paquistão e atualmente residente em Birmingham, Inglaterra, chamou a atenção do mundo depois de, em 2012, ter sido baleada na cabeça por talibãs no seu país de origem por defender a educação feminina.
Como o Boas Notícias avançou em Março do ano passado, após uma longa recuperação, a jovem regressou à escola naquela cidade inglesa, onde foi tratada. “Estou muito entusiasmada porque concretizei o sonho de voltar a estudar. O que quero é que todas as raparigas do mundo tenham esta oportunidade básica”, disse, à data, à agência Reuters.
Malala é a pessoa mais jovem de sempre já laureada com um prémio Nobel, sucedendo a Lawrense Bragg, distinguido em 1915 com o Nobel da Física, que dividiu com o pai quando tinha 25 anos de idade.
A adolescente é também a primeira paquistanesa a receber o prémio, embora dois indianos nascidos na área que atualmente corresponde ao Paquistão também tenham sido galardoados anteriormente.
Décadas de luta contra o trabalho infantil
O sexagenário Kailash Satyarthi tem estado envolvido, há mais de duas décadas, na luta contra o trabalho infantil na Índia através da sua própria organização, a Bachpan Bachao Andolan.
Por intermédio da fundação, o ativista já libertou mais de 80.000 crianças de várias formas de escravatura e ajudou à sua reintegração na sociedade, à sua reabilitação e educação.
Além disso, Satyarthi, o 8.º cidadão da Índia laureado com o galardão, contribuiu também para o desenvolvimento de diversas convenções internacionais importantes relacionadas com os direitos das crianças.
Recorde-se que, em 2013, o Prémio Nobel da Paz foi atribuído à Organização pela Proibição das Armas Químicas “pelos seus extensos esforços no sentido da eliminação” destas armas.
Notícia sugerida por Elsa Martins
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