A Valormed, sociedade sem fins lucrativos à qual está atribuída a responsabilidade de gestão dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso ou de prazo em Portugal, apresentou resultados bastante positivos em 2017. No total, foram recolhidas 1.037 toneladas de resíduos provenientes dos dois subsistemas para o qual está licenciada, farmácias comunitárias e centros de receção veterinária, tal representando uma evolução de 7,6% em relação ao ano anterior e um rácio superior a 98 gramas por habitante, que coloca o nosso país em destaque no que diz respeito a esta fileira de resíduos.
Todos os resíduos recolhidos foram encaminhados para o seu centro de tratamento, onde foram separados e classificados e, depois, cerca de 42%, correspondentes a materiais recicláveis foram encaminhados para operadores de gestão de resíduos responsáveis pela sua reciclagem, tendo os restantes sido enviados para incineração. Assim, dos resíduos tratados, 584 toneladas tiveram como destino final a destruição, dos quais 91,4% foram alvo de incineração segura com valorização energética, e 408 toneladas para reciclagem (papel/cartão, plástico, vidro).
Os 188 embaladores aderentes voltaram mais uma vez a declarar um menor número de embalagens como colocadas no mercado (-10,34%), facto atribuído pela Valormed à alteração do âmbito dos produtos abrangidos pela concessão da licença atribuída em 2015.
Luís Figueiredo, diretor-geral da Valormed, afirma que “apesar das hesitações e sucessivas alterações legislativas que têm vindo a ser introduzidas pelo Estado, a Valormed tem sabido e vem conseguindo ultrapassar as dificuldades”, advertindo, contudo, que há ainda um longo caminho a percorrer, nomeadamente no que à sensibilização e educação dos cidadãos diz respeito. Salientou que “as campanhas que têm sido desenvolvidas pela Valormed têm como foco principal as camadas mais jovens, pois é nelas que está o futuro”. Considerando que os números apresentados são animadores e demonstram uma adesão e preocupação crescente para com este tipo de resíduos e feitos que podem causar no meio ambiente se descartados de uma forma displicente, afirma que “sendo as farmácias ou os centros de recepção de veterinária os principais pontos de contacto com os cidadãos, a eles cabe o papel fundamental que é informar”.
É neste sentido que, para 2018, Luís Figueiredo refere que a atenção da Valormed se irá centrar nos mais de 3.000 pontos de retoma existentes em Portugal continental e ilhas, pois, considera que nenhuma embalagem de medicamento é demasiado pequena para ser devolvida, muito menos se contém ainda qualquer resto de medicamento: “passar esta mensagem deve fazer parte da rotina de trabalho daqueles que contactam com o público, pois só desta forma conseguiremos manter uma rota de crescimento das recolhas”.