Chama-se "Libros Libres" (Livros Livres, em português) e abriu o mês passado em Madrid. O nome é esclarecedor quanto à filosofia do espaço: trata-se de uma livraria onde, quem quiser, poderá levar um, dois, 10 ou 100 livros de forma gratuita.
Chama-se “Libros Libres” (Livros Livres, em português) e abriu o mês passado no bairro de Chamberí, em Madrid, capital espanhola. O nome é esclarecedor quanto à filosofia do espaço: trata-se de uma livraria onde, quem quiser, poderá levar um, dois, 10 ou 100 livros de forma totalmente gratuita.
Esta livraria inovadora, que conta também com um clube de vídeo, nasceu graças a uma iniciativa de uma organização não-governamental espanhola, a Grupo 2013, que se inspirou num local idêntico existente em Baltimore, nos Estados Unidos.
O conceito é simples. Os amantes da cultura que, num momento de crise, não tenham possibilidade de pagar pelos livros e de subscrever os serviços da livraria, podem ter acesso a eles sem qualquer custo, tudo com o objetivo de permitir a todos o acesso à cultura e ao cinema.
Quem quiser, no entanto, pode tornar-se subscritor – a subscrição da livraria custa 12 euros por ano – para ajudar o espaço a crescer. Esta ajuda é também dada por particulares que oferecem os seus livros e também por algumas grandes editoras, que se associaram ao projeto e doaram vários exemplares de obras recém-publicadas ainda por estrear.
Em declarações ao diário Clarín, Elisa Ortega, que integra a Grupo 2013 e é uma das funcionárias da livraria, explica que a reação das pessoas tem sido muito positiva: em média, há entre 20 e 30 visitantes por dia, na sua maioria jovens universitários e cerca de 50 novos livros são doados diariamente, o que tem enriquecido cada vez mais o espólio que terá agora entre 5.000 a 10.000 obras.
Projeto quer aumentar a riqueza intelectual
Para que o projeto continue a ser autosustentável, Ortega salienta que a ONG se responsabiliza por parte dos custos, contando com a generosidade dos subscritores na cobertura do restante valor. “Muita gente agradece-nos por levarmos a cabo esta tarefa e alguns doam-nos mais do que os 12 euros estimulados”, revela a responsável, com satisfação.
Ainda assim, a essência da livraria não se perde. “Cada um faz o que pode, quando pode, e aqueles que pagam não dispõem de nenhum benefício adicional sobre aqueles que não pagam. O acesso está sempre aberto a todos os que necessitem”, garante.
Os livros disponíveis interessam aos mais variados públicos, incidindo sobre temas tão diversos como a literatura infantil e juvenil, a política, a filosofia, a fotografia, a poesia e até o teatro. De acordo com Elisa Ortega, esta é “uma receita para a crise” para permitir que “as pessoas continuem a ler e se aumente a riqueza intelectual”.
Clique AQUI para aceder ao site oficial da livraria “Libros Libres” (em espanhol).