Ambiente

Lusos ajudam a desvendar “segredo” génetico do eucalipto

Um grupo internacional de investigadores do qual fazem parte cientistas portugueses acaba de descobrir que o genoma de um dos tipos de eucalipto mais populares no mundo tem registado uma duplicação de genes relevantes na formação da madeira.
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Um grupo internacional de investigadores do qual fazem parte cientistas portugueses acaba de descobrir que o genoma de um dos tipos de eucalipto mais populares no mundo tem registado uma duplicação de genes relevantes na formação da madeira, uma conclusão que pode contribuir para melhorar alguns resultados ou concluir novos produtos.
 
Em declarações à Lusa, o português Jorge Paiva, um dos especialistas envolvidos no estudo publicado, esta quinta-feira, na prestigiada revista científica Nature, explica que se “descobriu que o genoma [do Eucaliptus grandis] sofreu uma duplicação inicial e, depois, tem havido uma duplicação de genes essenciais, por exemplo, para a formação da madeira”. 
 
“Em vez de termos um só membro, podemos ter vários membros e todos organizados num 'cluster' e isso pode traduzir também a plasticidade que os eucaliptos apresentam quando colocados em diferentes meios, daí talvez as altas produtividades ou as diferenças em termos de formação de óleos essenciais”, esclarece Jorge Paiva. 
 
De acordo com o investigador auxiliar do Instituto de Investigação Científica Tropical, que desempenha também funções de investigador convidado do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, “se compreendermos como esses módulos de genes estão a ser regulados, podemos, no futuro, tentar selecionar com base nisso para obtermos melhores ou novos produtos”. 
 
Segundo Jorge Paiva, esta descoberta é importante para Portugal porque, embora a experiência tenha sido realizada com um tipo de eucalipto caraterístico dos trópicos, “o genoma é muito parecido” com aquele da espécie cultivada no nosso país e “a informação que podemos retirar do genoma que foi sequenciado poderá ser facilmente transferível para a espécie de eleição”. 
 
Ou seja, acrescenta o investigador, “o que foi encontrado no [Eucaliptus] grandis pode ser usado no [Eucaliptus] globulus para depois utilizar em aplicações biotecnológicas”.

Eucaliptos ocupam 26% da floresta portuguesa
 

O principal objetivo desta investigação internacional, liderada por Alexander Myburg, da Universidade de Pretória, na África do Sul, era obter a sequência do genoma do “Eucaliptus grandis”, o mais representativo a nível mundial e mais comum nas zonas tropicais, como o Brasil, e transferir esse conhecimento para as outras espécies de eucaliptos. 
 
No final do trabalho foi ainda possível concluir que estas espécies se juntam num agrupamento mais antigo e não no grupo do choupo e outras plantas como inicialmente se pensava. 
 
Os eucaliptos são atualmente das espécies mais plantadas em todo o mundo, ocupando cerca de 21 milhões de hectares, segundo estatísticas citadas por Jorge Paiva.
 
Em Portugal, o tipo mais frequente é o “Eucaliptus globulus”, “paradigma da boa fibra” para a produção de pasta de papel, e está em mais de 800 mil hectares, o equivalente a 26% da área florestal nacional.

Clique AQUI para aceder ao estudo publicado na Nature (em inglês). 

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