O conceito de “HAPPY” – Health Awareness and Prevention Personalized for You foi apresentado no 2º. Congresso de Comunicação de Ciência. No encontro, Nuno Ribeiro disse à Lusa que a ideia de prevenção de cancro no telemóvel é “ter uma aplicação que vai enviando mensagens personalizadas adaptadas ao perfil e contexto da pessoa e que vão tentando induzir comportamentos mais adequados, em detrimento dos comportamentos que se reportam à aplicação e que não são tão bons”.
O pesquisador português, do programa de doutoramento de Multimédia e Educação, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular, da Universidade do Porto, explicou que se baseou no famoso modelo de Mudança Comportamental de Fogg, psicólogo que estuda como a tecnologia pode ser usada para mudar o comportamento humano na nova ciência chamada Captologia.
O investigador português sublinhou que a Mudança Comportamental de Fogg defende que o comportamento das pessoas depende fundamentalmente de três fatores: a motivação, capacidade e ativadores, “que são uma espécie de lembrete”.
“Quando a pessoa estiver no supermercado e receber uma mensagem que diz: compre fruta para ter em casa e mais tarde poder consumi-la, essa é uma boa forma de aumentar a sua capacidade, ou seja, de fazer com que a pessoa coma fruta”, exemplificou.
Aplicação será gratuita
Através de um questionário, o utilizador do telemóvel vai introduzir dados pessoais sobre as suas características num processo contínuo, pelo que “esta evolução vai influenciar as mensagens personalizadas que vão sendo enviadas à pessoa” como, por exemplo, quando lhe for sugerido fazer exercício físico.
“Se a pessoa ainda assim continuar a não realizar os exercícios físicos, vão ser enviadas mais mensagens que vão tentar criar motivação”, sendo que uma delas poderá, por hipótese, dizer no dia anterior àquele em que o indivíduo tiver que praticar exercícios: “amanhã ponha a roupa de exercício físico. Isso é um elemento simples, mas que vai facilitar a pessoa a ter este mesmo comportamento. É um estímulo que se pode dar”, afirmou Nuno Ribeiro.
A aplicação, que será gratuita, deverá estar disponível dentro de um ano e o público-alvo principal serão utilizadores entre os 18 e os 35 anos, que são mais adeptos de ‘smartphones’ e ainda estão numa fase em que a prevenção pode fazer a diferença, diz Nuno Ribeiro.
Notícia sugerida por Maria Pandina e António Resende