A equipa de cientistas do Museu Nacional da Ciência do Japão usou um sofisticado submarino de pequenas dimensões para descer até às águas escuras e profundas do Oceano Pacífico do Norte. Depois de cerca de 100 missões e mais de 400 horas no submersível, a equipa avistou, a cerca de 900 metros de profundidade, este gigantesco molusco com mais de 9 metros de comprimento.
Um dos investigadores envolvidos, o especialista em lulas gigantes Tsunemi Kubodera, mostrou-se muito satisfeito com o sucesso da missão. “Cientistas de todo o mundo têm tentado filmar estas lulas no seu 'habitat' natural mas até agora essas tentativas foram em vão”, salientou.
O facto destes animais viverem em zonas oceânicas muito profundas, com enorme pressão atmosférica e pouco oxigénio, tem dificultado o estudo destes animais. A lula gigante, conhecida entre os cientistas como “Architeuthis, é um dos maiores mistérios marinhos por explorar.
O Museu Nacional da Ciência do Japão torna-se, assim, a primeira entidade a conseguir registar em vídeo imagens desta criatura das profundezas do Pacífico, o seu 'habitat' natural, trabalhando em equipa com o canal de televisão japonês NHK e o canal norte-americano US Discovery Channel, que aliás avançou com a notícia esta segunda-feira.
O documentário “Monster Squid: The Giant Is Real”, vai estrear na televisão norte-americana, no dia 27 de Janeiro, domingo, no programa do Discovery Channel “Curiosity“.
Este gigante invertebrado, cujos registos de avistamento são raros, terá inspirado a maior dos mitos marinhos perpetuados durante séculos, na tradição oral e em documentos escritos, por marinheiros e pescadores.
Acredita-se, por exemplo, que tenha sido esta criatura a inspirar as histórias da lenda de Kraken (na representação ao lado), um monstro marinho que ficou famoso por atacar navios nas águas escandinavas ao longo dos últimos mil anos.
Os investigadores acreditam que os maiores exemplares possam atingir mais de 10 metros de comprimento, o que seria suficiente para alimentar muitas famílias a refeições de calamares durante vários anos.