Cultura

Londres deverá ter escola para promover o português

Londres poderá vir a ter, dentro de dois anos, uma escola bilingue portuguesa e inglesa financiada pelo Governo britânico e destinada a 250 alunos com o objetivo de promover o português como língua internacional.
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Londres poderá vir a ter, dentro de dois anos, uma escola bilingue portuguesa e inglesa financiada pelo Governo britânico e destinada a 250 alunos com o objetivo de promover o português como língua internacional. 
 
O projeto em causa está a ser desenvolvido em conjunto com o Ministério da Educação britânico por um grupo de profissionais ingleses e portugueses, entre professores, um psicólogo, uma assistente social, um arquiteto, um advogado e uma gestora, em regime de voluntariado. 
 
Em declarações à Lusa, Regina Duarte, uma das mentoras da ideia, explicou que, durante o seu primeiro ano como coordenadora do ensino do português no Reino Unido, se apercebeu de uma lacuna no sistema educativo britânico.
 
“Muitos alunos descendentes de portugueses são encarados nas escolas inglesas como estando atrás dos outros porque não dominam tão bem o inglês, em vez de este bilinguismo ser considerado uma potência”, lamentou, acrescentando que, visto que muitos pais também não participam nas escolas inglesas devido às barreiras linguísticas, o grupo espera também oferecer cursos aos progenitores.
 
Segundo Regina Duarte, inicialmente, serão abertas vagas para crianças com idades entre os quatro e os sete anos e entre os 11 e os 12 anos, com um currículo adaptado às especificidades da escola.
 
“Queremos que eles tenham um programa – estamos a trabalhar com o Ministério da Educação [britânico] nesse sentido – de história, com aspetos conjuntos da história de Portugal e de Inglaterra, que é uma história conjunta desde o início da nossa nação”, explicou a responsável.
 
Regina Duarte esclareceu que o modelo será o de uma escola independente, que está a ser promovido pelo Governo de coligação conservador e liberal, que dá à escola maior autonomia na gestão, nomeadamente de horários e currículo, sem agravar os custos para os pais.

Famílias de outras nacionalidades também estão interessadas

 
Esta é, portanto, uma “oportunidade para este tipo de projetos, para criar escolas que tenham a ver com a comunidade que servem, que sejam mais úteis, que não sejam escolas com um modelo único para todos”, defendeu.
 
Apesar de admitir que “haverá uma maior apetência” de famílias lusófonas, a responsável garantiu que também existe interesse de “muitas famílias inglesas e de outras nacionalidades em investir no português como língua de futuro”. 
 
O sucesso do projeto deverá depender do nível de adesão dos pais e também da aprovação das autoridades responsáveis pela aquisição de um edifício, pagamento de salários e despesas de manutenção da escola que, a nascer, ficará situada no sul de Londres, onde se concentra a comunidade lusófona da capital inglesa e onde já funciona uma escola bilingue de inglês e francês.
 

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