Há uma nova loja na África do Sul em que o dinheiro não entra: para "adquirir" peças de roupa de estilistas famosos daquele país, os clientes têm apenas de registar-se como dadores de órgãos após a morte.
Há uma nova loja na África do Sul em que o dinheiro não entra: para “adquirir” peças de roupa de estilistas famosos daquele país, os clientes têm apenas de registar-se como dadores de órgãos após a morte. O objetivo é contrariar a tendência de associação da moda ao consumismo e, acima de tudo, ajudar a salvar vidas.
O espaço abriu em Maio na Cidade do Cabo por iniciativa de uma empresa de marketing sul-africana, a NATIVE, que estabeleceu uma parceria com a Fundação de Doação de Órgãos da África do Sul. “Procurámos uma forma de trocar a moeda habitual – o consumismo sem significado – pela moeda da vida, associando a compra de roupa ao registo para doação de órgãos”, explica Ryan McManus, diretor criativo da empresa, em comunicado.
“Foi então que nos surgiu a ideia de abrir uma loja de moda onde, em troca do registo como dador de órgãos, que permite, potencialmente, salvar vidas, o cliente pode levar para casa uma peça de roupa ou um acessório” de um dos 25 mais prestigiados designers de moda da África do Sul.
De acordo com Samantha Volschenk, diretora executiva da Fundação de Doação de Órgãos daquele país, “cada registo como dador pode salvar até sete vidas” e, com os mais de 500 itens disponíveis na loja, o objetivo é “ultrapassar as 3.500 vidas potencialmente salvas”.
“Será um resultado incrível”, antecipa a responsável, acrescentando que “não é comum depararmo-nos com um trabalho tão convincente e que terá impactos tão grandes” na organização.
A boutique “The Exchange”, inaugurada a 10 de Maio, tem feito sucesso: só no primeiro dia foram mais de 50 os curiosos que por lá passaram e a adesão tem continuado, como é possível testemunhar a partir da página da Fundação no Facebook. A loja vai continuar aberta até que todas as peças de roupa e acessórios tenham sido trocados.
Notícia sugerida por David Ferreira