Pela primeira vez, um lobo-ibérico ferido, salvo de uma armadilha ilegal, foi restituído à natureza. O animal passou por dois meses de tratamento na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), tendo depois sido libertado.
Pela primeira vez, um lobo-ibérico ferido, salvo de uma armadilha ilegal, foi restituído à natureza. O animal passou por dois meses de tratamento na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), tendo depois sido libertado perto do local onde foi encontrado.De acordo com a Agência Lusa, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), restituiu, pela primeira vez, um lobo-ibérico ao seu habitat, depois de ferido. José Paulo Martins, técnico do ICNF, afirmou que este “é um caso único em Portugal”, uma vez que nunca nenhum outro animal da espécie tinha sido libertado.
O lobo chegou bastante debilitado ao Centro de Recuperação de Animais Selvagens da UTAD, após ter sido encontrado, preso por uma pata, numa armadilha de caça legal, perto da aldeia de Meixedo, em Montalegre. Os veterinários foram obrigados a amputar o membro ferido do mamífero e, por isso, as expectativas de libertação eram reduzidas.
Contudo, depois de dois meses de tratamentos, a lesão tinha cicatrizado muito bem, tendo em conta a situação, e a recuperação tinha sido melhor do que a esperada. Ao aumentar de peso, o animal ganhou mais robustez e conseguiu manter a agilidade necessária para “sobreviver autonomamente, pelo que se optou pela sua libertação”, sublinhou José Paulo Martins.
O mamífero foi restituído perto do local onde tinha sido encontrado, não sem antes ser equipado com um emissor GPS. O aparelho permitirá monitorizá-lo e obter informações sobre a sua atividade, sobrevivência e integração na alcateia originária.
O lobo que tem, atualmente, um ano, e pesa 31 quilos, andou já alguns quilómetros apenas para explorar e reconhecer o território. Neste momento, a população lupina encontra-se razoavelmente estável com cerca de 300 animais da espécie a norte do rio Douro. [Notícia sugerida por Patrícia Guedes]