Um novo estudo da Universidade de Yale concluiu que as pessoas que leem livros durante 30 minutos por dia vivem mais tempo que os que não leem nada.
Um novo estudo vem comprovar que ler livros traz benefícios muito além do lado intelectual. Um novo estudo da Universidade de Yale revela que as pessoas que leem livros pelo menos 30 minutos por dia vivem mais tempo que os que aqueles que fecham os olhos às letras.
A análise, publicada na revista "Social Science & Medicine", analisou os padrões de leitura de 3.636 indivíduos com 50 anos de idade ou mais. Os dados indicaram que, em média, os leitores de livros viveram durante mais dois anos que os não-leitores.
Os questionários foram feitos anualmente, ao longo de 12 anos, por telefone, com os inquiridos a serem divididos em três grupos: os que leem mais de 3.5 horas por semana, os que leem até 3.5 horas e os que não leem nada.
Leitura aumenta esperança de vida em 20%
Os resultados mostraram que as pessoas que leem muito têm menos 20% de probabilidade de morrer e os que leem um pouco menos têm menos 17%.
Outros fatores como o sexo e educação foram tomados em conta na realização da análise, com os dados a apontarem que as leitoras femininas com educação universitária são o grupo que vive durante mais tempo.
O estudo da Universidade de Yale revelou que, ao longo dos 12 anos, 33% dos não-leitores morreram, comparando com os 27% dos leitores.
Leituras imersivas apresentam melhores resultados
A explicação para este fenómeno das vidas mais longas pode estar relacionado com o desempenho cognitivo que é necessário para ler livros.
De acordo com o estudo, as “leituras profundas” promovem um "processamento mental lento e imersivo", semelhante à meditação, que acontece quando “o leitor relaciona as várias matérias da leitura".
É esta leitura profunda que promove o envolvimento cognitivo, melhorando o vocabulário, o pensamento lógico, a concentração e o pensamento crítico, sublinham os autores do estudo.
Outra explicação para a questão da longevidade é o facto dos livros "reduzirem o stress, promoverem a empatia, a perceção social e a inteligência emocional – processos cognitivos que podem levar a uma vida mais longa", diz a equipa.
Embora os investigadores concluam que “até 30 minutos de leitura possam ter benefícios para a saúde", estes resultados só devem ser aplicados à leitura de livros. “Jornais e revistas, possivelmente porque não envolvem tanto os processos cognitivos, não têm um efeito tão significativo”, comenta um dos autores do estudo, Avni Bavishi.
No futuro, os autores do estudo pretendem avaliar se os efeitos de géneros literários diferentes também têm efeitos na saúde diferentes, uma componente não avaliada pelo estudo. Outra questão é a dos livros virtuais e dos livros em formato áudio, que podem ser mais propensos a estilos de leitura não sedentários.
As conclusões finais do estudo sublinham que substituir as revistas, os jornais e a televisão – os meios a que as pessoas dedicam consideravelmente mais tempo – por livros pode ajudar a ter uma vida mais longa e saudável.