Baruch Leão Lopes de Laguna, um dos grandes pintores da escola holandesa do século XIX, judeu de origem portuguesa, morreu em 1943 no campo de concentração de Auschwitz.
Não foi o único, com ele desapareceram 4 mil judeus de origem portuguesa na Holanda, que acabaram nas câmaras de gás. No memorial do campo de Bergen-Belsen consta o nome de 21 portugueses deportados de Salónica, entre estes Prosper Colomar e Richard Lopes que não sobreviveram.
Em França, José Brito Mendes arrisca a sua vida, escondendo a pequena Cecile, cujos pais judeus são deportados para os campos da morte. Uma história de coragem e humanismo no meio da atrocidade.
Em Viena, a infanta Maria Adelaide de Bragança também não ficou indiferente ao sofrimento, e não hesitou em ajudar a resistência nomeadamente no cuidado dos feridos, no transporte de armas e mantimentos, tendo sido presa pela Gestapo.
Esta é a história destes homens e mulheres descendentes dos foragidos portugueses da Inquisição, mas cujo nome transmitido de geração em geração não foi suficiente para os salvar das câmaras de gás.
É também a história de embaixadores e cônsules de Portugal nos países ocupados que, contrariando as ordens de Salazar, não hesitaram em salvar milhares de pessoas. Nomes como Carlos de Sampaio Garrido ou Aristides de Sousa Mendes.
Sobre a autora
Esther Mucznik, filha de pais polacos, viveu em Israel e em Paris onde estudou, respetivamente, Língua e Cultura Hebraicas e Sociologia na Sorbonne.
É vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa e fundadora em 1994 da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. Presidente e fundadora da Memoshoá – Associação Memória e Ensino do Holocausto -,co-fundadora do Fórum Abraâmico de Portugal para o diálogo inter-religioso e membro da Comissão Nacional de Liberdade Religiosa. Foi colunista do jornal Público de 2002 a 2011.
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