por redação
Considerado uma referência da sociologia contemporânea, o alemão Ulrich Beck morreu a 1 de janeiro de 2015 devido a um ataque cardíaco, não conseguindo, assim, terminar a sua última obra: A Metamorfose do Mundo.
No livro, o alemão foca-se sobretudo em questões relacionadas com as mudanças no mundo e introduz a distinção entre mudança e metamorfose ou, de uma forma mais rigorosa, entre mudança na sociedade e metamorfose do mundo.
De acordo com Ulrich Beck, a mudança social ou na sociedade, põe em destaque a transformação permanente, enquanto os conceitos básicos e as certezas que os sustentam continuam constantes. Pelo contrário, a metamorfose destabiliza essas certezas da sociedade moderna e muda o foco para o “ser no mundo” e para o “ver o mundo”, para acontecimentos e processos inesperados, que passam geralmente despercebidos, e que prevalecem para além dos domínios da política e da democracia como efeitos secundários da modernização técnica e económica radical.
Deste modo, Ulrich Beck, que se destacou porque falava de uma outra modernidade, chega à conclusão de que a metamorfose significa simplesmente que aquilo que ontem era impensável é hoje real e possível.
As desigualdades sociais e as alterações climáticas que se verificam hoje em dia são dois dos inúmeros temas que o autor aborda neste livro, explicando por que razão já não compreendemos o mundo.
De realçar que no ano anterior à sua morte, em 2014, o autor, que nasceu em 1944 na Pomerânia, esteve em Portugal para falar sobre a Europa.