Ler obras de ficção promove a capacidade intelectual de cada um para discernir os pensamentos e emoções daqueles que nos rodeiam. As conclusões são de um estudo levado a cabo por um grupo de investigadores norte-americanos da New School for Social Re
Ler obras de ficção promove a capacidade intelectual de cada um para discernir os pensamentos e emoções dos que nos rodeiam. As conclusões são de um estudo levado a cabo por um grupo de investigadores norte-americanos da New School for Social Research, em Nova Iorque.
Saber se um sorriso é falso, se alguém está desconfortável ou o que é que os nossos amigos e familiares estão a sentir são exercícios que fazemos diariamente, às vezes mesmo sem se dar por isso. Segundo os autores do estudo, todos eles fazem parte do desenvolvimento das relações nas sociedades humanas.
No entanto, se uns usam polígrafos, bolas de cristal ou relógios de hipnose para tentar adivinhar o que vai na mente dos outros, Emanuele Castano e David Comer Kidd defendem que a melhor ferramenta para aceder aos pensamentos daqueles que nos rodeiam é mesmo um bom livro de ficção.
Para chegar a esta conclusão, levaram a cabo uma série de ensaios, onde pediram às pessoas para lerem histórias curtas de ficção literária, ficção popular de qualidade inferior e de não-ficção. Após diferentes leituras, os especialistas avaliaram os processos cognitivos dos participantes que atribuem uma emoção ou uma intenção aos outros.
Para isso fizeram testes como, por exemplo, o da leitura de pensamentos de outras pessoas através dos seus olhos. No fim, os resultados (publicados este mês na revista Science) deram conta de que os participantes encarregues de ler obras de ficção literária foram aqueles com melhor desempenho. Segundo os investigadores, estas obras suscitam o pensamento criativo dos leitores e estimulam a capacidade de sondar o mundo interior dos outros.
No entanto, tudo depende, sublinham, da qualidade inerente a cada obra. Na ficção literária, as que exigem um maior esforço intelectual ao leitor são aquelas cujos mundos descritos contam com “personagens complexas, cujas vidas interiores raramente são fáceis de perceber.”
Emanuele Castano, professor de psicologia na New School for Social Research em Nova Iorque, e David Comer Kidd, aluno de doutoramento, acreditam que os resultados desta investigação podem ser úteis em situações como a reabilitação de presos e a estimulação da comunicação em autistas.
Saiba mais AQUI.
Notícia sugerida por Vítor Fernandes