A Câmara de Lisboa anunciou, esta quarta-feira, que o "endividamento líquido" da autarquia "é de 0%". Embora não signifique a Câmara não tem dívidas, tal facto quer dizer que a soma de todos os ativos atingiu, no final do ano, o valor total do passiv
A Câmara de Lisboa anunciou, esta quarta-feira, que o “endividamento líquido” da autarquia “é de 0%”. Embora não signifique a Câmara não tem dívidas, tal facto quer dizer que a soma de todos os ativos atingiu, no final do ano, o valor total do passivo, quando, ainda em 2009, o endividamento líquido era de 94%.
Em comunicado, a autarquia explica que o anúncio vem na sequência do acordo com o Estado, que culminou na compensação dada ao município pela cedência dos terrenos do Aeroporto, num contencioso que se arrastava de 1989.
Porém, este facto não foi o único a contribuir para a performance financeira da Câmara. Em declarações aos jornalistas, o presidente António Costa explicou que os 271 milhões de euros da venda dos referidos terrenos foi apenas uma contribuição para a evolução favorável das finanças municipais.
Apesar da “quebra acentuada da receita, fruto da contração da atividade económica”, a “redução dos custos de exploração do município, nomeadamente dos gastos de funcionamento corrente”, permitiram que a redução da despesa acompanhasse a da receita, esclareceu o autarca.
Foi, portanto, possível, “a redução substancial das dívidas a fornecedores” (para apenas 19 milhões de euros no final de 2012, quando, em 2007, estas dívidas eram de 350 milhões)” e “uma redução da dívida bancária em 447 milhões de euros, entre 2009 e 2012 (de 797 para 350 milhões).
Em suma, o passivo da autarquia decresceu, naquele período, 659 milhões de euros, passando de 1.952 para 1.293 milhões de euros, informou ainda António Costa, que se fez acompanhar da vereadora do Pelouro das Finanças, Maria João Mendes.
António Costa considerou que estas “notícias agradáveis” são o resultado “do esforço muito grande de consolidação sustentada das finanças municipais”, seja do “esforço próprio, nomeadamente por parte dos funcionários municipais”, seja pela conclusão do acordo com o Estado.
O autarca garantiu que o montante daí proveniente se destina “exclusivamente para amortização da dívida” e que a esses 271 milhões de euros se juntam mais 96 milhões de “esforço próprio”.
[Notícia sugerida por Carla Neves]