A arte de rua lisboeta está de novo em destaque na imprensa internacional, desta feita graças a uma entrevista com o fotógrafo norte-americano Stephen Kelley, que visitou a capital portuguesa para conhecer esta vertente da cultura urbana.
A arte de rua lisboeta está, mais uma vez, em destaque na imprensa internacional, desta feita graças a uma entrevista com o fotógrafo norte-americano de 'street art' Stephen Kelley, que visitou a capital portuguesa para conhecer esta vertente da cultura urbana e cuja experiência foi publicada na plataforma nova-iorquina Brooklyn Street Art e no jornal Huffington Post.
De acordo com o artigo, assinado por Jaime Rojo e Steven Harrington, cofundadores da Brooklyn Street Art, cujo objetivo é proporcionar um espaço de partilha aos amantes da arte urbana e organizar atividades em torno desta, “com o crescimento do interesse pela arte nas ruas, as excursões de 'graffitis' ou a observação de exemplos de 'street art' podem tornar-se futuramente uma nova forma de turismo”.
Foi precisamente uma excursão deste tipo que o fotógrafo Stephen Kelley e a noiva fizeram, o mês passado, na cidade de Lisboa. Durante a visita, Kelley e a companheira conheceram uma grande parte do trabalho de arte de rua que tem sido desenvolvido nos últimos anos pelo “internacionalmente conhecido” artista português Vhils e alguns dos seus amigos no âmbito de um projeto denominado 'Underdogs'.
“Consegui convencer a minha parceria de viagem a alugar um apartamento na área do Bairro Alto. [Este bairro] é um bom ponto central próximo dos lugares que queria visitar”, conta Stephen Kelley, que partilhou as fotografias registadas durante a viagem a Lisboa com a Brooklyn Street Art, onde estão agora a ser dadas a conhecer aos fãs da arte urbana de todo o mundo.
“Estivemos na cidade apenas durante três dias, por isso tive de equilibrar o tempo dedicado à visita aos locais turísticos habituais com a passagem pelos 'spots' artísticos que queria conhecer”, explica o fotógrafo, acrescentando, em jeito de brincadeira, que a noiva “aprecia o trabalho e é incrivelmente paciente”, mas que “deixa de ser possível arrastá-la para becos sem saída e linhas de comboio ao fim de algum tempo”
Stephen Kelley revela que, logo à saída do aeroporto, passaram de táxi, involuntariamente, perto de um mural assinado pelos artistas Os Gémeos, Blu, Sam3, Ericailaine e Lucy Mclauchlan. “Dissemos ao taxista que eu estava na cidade para fotografar arte de rua e ele aconselhou-nos a ver esta série de murais sobre a administração do governo local”, recorda.
O fotógrafo norte-americano enuncia ainda um episódio curioso: durante uma viagem de táxi com um outro motorista, foi-lhe perguntado por que razão pretendia ir para aquela zona da cidade e Kelley decidiu que, porque uma imagem vale mais do que mil palavras, que mostrar o motivo era melhor do que explicá-lo.
“Depois de chegarmos ao local, levei o taxista connosco para ele ver os desenhos. Ele ficou incrivelmente impressionado com o mural e disse-me que já conduzia na cidade há 25 anos e nunca tinha estado naquela rua ou visto aquele trabalho”, relembra.
Almada e Sintra também merecem uma visita
Na entrevista a propósito da sua passagem por Lisboa, Stephen Kelley recomenda ainda aos leitores uma ida a Almada – onde há também muitos graffitis que são “uma boa representação da área urbana daquela zona” – e a Sintra, não apenas pelos seus palácios mas pelos exemplos de 'street art' que é possível observar durante a viagem de comboio.
Em jeito de conclusão, o fotógrafo aconselha os futuros visitantes a planear cuidadosamente e com antecedência os meios de transporte, “já que Lisboa não é tão amiga dos peões como outras cidades” devido às suas sete colinas.
Clique AQUI para ler a entrevista completa com Stephen Kelley sobre a sua viagem a Lisboa (em inglês).
Notícia sugerida por David Ferreira