Em declarações à agência Lusa, o presidente da Liga, Carlos de Oliveira, defendeu que se devem centralizar os cuidados oncológicos nas instituições com maior capacidade de resposta para evitar desperdícios numa área que, reconheceu, tem muitos custos para o Estado.
“Sei que os medicamentos novos introduzidos para o tratamento do cancro são extremamente dispendiosos e o Estado vai ter alguma dificuldade em fazer face a essa despesa. Mas a solução não é cortar nesses medicamentos, é criar uma verdadeira rede de referenciação hospitalar para os doentes oncológicos”, disse.
Carlos de Oliveira defendeu que “o Ministério da Saúde tem de contratualizar com as instituições da rede quais os tumores que essas [instituições] podem e devem diagnosticar e tratar, e quais as [instituições] que não devem abordar a problemática do cancro por serem pequenas e não terem equipas multidisciplinares”.
A taxa de mortalidade por cancro tem aumentado em Portugal, ocupando já o primeiro lugar entre as causas de morte, anteriormente ocupado pelas doenças cardiovasculares, de acordo com a Liga.
Em Portugal, o cancro gástrico e o cancro do colo do útero têm registado uma tendência de descida, ao contrário do cancro rectal, o que mais mata em Portugal e afecta cada vez mais mulheres (em detrimento do cancro da mama). Este último tem vindo a agravar-se com a mudança dos estilos de vida, as alterações nutricionais e o envelhecimento da população.
Os interessados podem ajudar a Liga Portuguesa Contra o Cancro ao preencher a sua declaração de IRS. Para isso, basta indicar o número de contribuinte da Liga (NIF)
– 500 967 768 – no quadro 9 do anexo H.
Dessa forma, 0,5% do seu IRS será destinado pelo estado à Liga, para o desenvolvimento de programas de educação para a saúde, diagnóstico precoce do cancro, apoio ao doente oncológico e a investigação científica em oncologia.
A sessão solene das comemorações dos 70 anos da Liga será hoje à tarde, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.