É mais um exemplo de produtos portugueses que estão a dar cartas lá fora. Os licores Xarão acabam de conquistar o mercado chinês, dando mais um passo para a internacionalização da tradicional amêndoa amarga, produzida nesta empresa familiar.
É mais um exemplo de produtos portugueses que estão a reforçar a presença no estrangeiro. Os licores Xarão acabam de conquistar o mercado chinês, dando mais um passo para a internacionalização da tradicional amêndoa amarga, produzida nesta empresa familiar, com mais de 30 anos de existência.
por Margarida Cruz
Fundada em 1982, a Xarão tem vindo a apostar na produção de licores tipicamente portugueses. Hoje, a qualidade nacional já se faz provar além-fronteiras. “O nosso principal vetor foi sempre apostar num produto com boa imagem e, acima de tudo, qualidade. Aquilo que nos interessa é que os clientes fiquem fiéis ao nosso produto e não aos nossos preços”, afirma o administrador da empresa, Hugo Monteiro, ao Boas Notícias.
A caminhada para o sucesso ganhou novo fôlego em 2006 quando o responsável decidiu apostar num projeto que iria revolucionar a empresa e que consistia na sua modernização e aumento da capacidade produtiva. No horizonte estava uma internacionalização da marca, bem além do continente europeu.
“Temos como objetivo que, até 2016, 30% da nossa produção seja para exportação”, revela o empresário. Em apenas um ano de aposta no mercado estrangeiro, a venda de produtos para fora do país e da Europa já representa 7% do volume de negócios da empresa. A China é o mais recente membro na carteira de clientes estrangeiros da Xarão, que já conta com países como o Paraguai, Espanha, Brasil, Canadá, Moçambique e Angola.
“A China foi uma agradável surpresa. Em Março estávamos lá, pela primeira vez, a apresentar os nossos produtos numa feira e, em menos de dois meses, tivemos a primeira encomenda. Nem um mês depois, tínhamos logo a segunda”, conta o responsável.
PortugaL: país 'gourmet' com produtos de qualidade
“Ficámos impressionados com a rapidez com que se faz negócio naquele mercado. Eles olham para nós como um país 'gourmet', onde os produtos têm realmente qualidade e merecem investimento. Daí que, quando provam e gostam, não têm medo de comprar”. O mesmo não acontece na Europa e, por isso, para além de Espanha, o continente de origem não faz parte dos planos do administrador.
“Não é fácil vender os nossos produtos na Europa. Portugal não tem uma boa imagem e isso faz com que os produtos não sejam sequer aceites”, justifica. “Tinha, em alternativa, a possibilidade de apostar no mercado da saudade. Mas não é viável, pois há demasiada concorrência, de empresas que chegaram antes e que já se estabeleceram”.
Na China, a ausência de concorrentes portugueses permitiu uma adesão instantânea aos licores da Xarão. Amêndoa amarga e licores de ervas são as preferências deste mercado asiático que Hugo quer expandir para o Vietname já nos próximos tempos. “Há lá muita recetividade àquilo que é português”, afirma.
Empresa cresceu 11% desde 2012
Por cá, a groselha continua a ser “a ponta de lança” da Xarão, seguida pelos licores de amêndoa e anís. “Apesar da conjuntura atual, não sabemos o que é reduzir nas vendas. Temos, aliás, registado um crescimento acumulado de 11% desde 2012 até Agosto desde ano. Em seis anos, a procura fez as vendas disparar e multiplicarem-se por seis vezes.”
“Com a nuvem negra que nos meteram em cima, nunca pensei crescer como cresci este ano. Já, inclusivamente, de reforçar o staff da Xarão, o que me faz, inacreditavelmente, ter uma perspetiva positiva da crise”, conclui Hugo Monteiro, ciente de que a exportação foi um fator chave nesta mudança.
Com 17 funcionários e uma faturação ilíquida de 3 milhões de euros em 2012, a Xarão promete continuar o caminho que traçou: atravessar fronteiras e servir um Portugal doce e requintado pelos copos dos quatro cantos do mundo.
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Notícia sugerida por Maria Pandina e Elsa Fonseca
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