Com apenas três anos, Jordan Harden enfrentava um prognóstico muito reservado: os médicos davam-lhe apenas algumas semanas de vida. Os pais preparavam-se para o levar até à EuroDisney, em Paris, quando receberam uma notícia surpreendente: os últimos exames mostravam que a leucemia de Jordan tinha entrado em remissão total.
Em entrevista à BBC Brasil, Jacques Tabacof, diretor do Centro Paulista de Oncologia, diz que casos como o do menino escocês são muito raros, principalmente tendo em conta que Jordan sofria de leucemia linfoide aguda, um dos tipos de cancro mais agressivos, caracterizado pela produção maligna de linfócitos (glóbulos brancos) na medula óssea.
A verdade é que, agora com cinco anos, a criança encontra-se perfeitamente saudável e leva, por isso, uma vida normal.
“Ninguém sabe bem por que e como é que estes casos [de regressão espontânea] ocorrem”, afirma Caetano Reis e Sousa, investigador do Cancer Research UK. No entanto, explica o responsável, histórias como a de Jordan indicam que existe a hipótese de desenvolver novos tratamentos contra o cancro com base nas reações imunológicas nos pacientes.
A imunoterapia, como é designada a terapia, tem vindo a ser alvo de extensas investigações por parte de Reis e Sousa e da sua equipa. O investigador revela à BBC Brasil que um dos métodos que tem estudado visa gerar infeções intencionais para acionar a defesa natural do corpo.
Assim, as bactérias são conectadas a células cancerosas do paciente em laboratório, para sinalizá-las como inimigas para o sistema imunitário.
Espera-se que em breve os testes ocorram em pessoas.
