Logo desde cedo nos curricula académicos, até às formações intensivas de duas ou três semanas em bioempreededorismo.
De um momento para o outro, os laboratórios pululam de futuros empresários que irão enriquecer com as suas próximas grandes descobertas. Totalmente (des) apoiados por um gabinete de promoção ao empreendedorismo dos seus próprios institutos. De facto, todo o sistema de I&D acabou por se formatar e se construir a três tempos: Unidades de I&D, Gabinetes de Transferência de Tecnologia, Empresas. Um perfeito compasso ternário, 1, 2,3… push, push, push… 1, 2, 3, que nos remete para a rígida e formal valsa vienense. Ou seja, a própria antítese da inovação.
É então que se percebe que urge evoluir para um compasso quaternário: é necessário que entre um elemento adicional, a procura tecnológica, que desequilibre o sistema, para que este passe a ser a quatro tempos. Unidades de I&D, Gabinetes de Transferência de Tecnologia, Procura Tecnologica, Empresas. 1, 2, 3, 4… push, push, pull, pull… 1, 2, 3, 4. Um Tango. Uma dança entre a ciência e o mercado, liderada por este, que estimula a primeira. É criativo, sabe para onde vai, mas é maleável, tolera a falha (mas não o amadorismo), e permite que a inovação aconteça.
É portanto o tempo de promover toda uma nova cultura, em torno da procura tecnológica, que não é nova, e os grandes casos de sucesso estão aí para comprovar a sua importância. Veja-se o sector do têxtil, do calçado, da cortiça e (já que se está numa edição dedicada à saúde) o papel que o Health Cluster Portugal tem vindo a desempenhar neste sentido.
Importa assim que, mais do que ensinar como “fazer” empreendorismo, se promova uma cultura de comunicação entre a oferta e a procura de novas soluções.
Que ciência e mercado aprendam a dançar, que se conheçam, se respeitem, e que juntos façam acontecer a inovação e o empreendedorismo. Stop talking, let’s dance…
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