Uma equipa de farmacêuticos brasileiros está a desenvolver umas lentes de contacto inovadoras capazes de facilitar o tratamento do glaucoma, problema que afeta o nervo responsável pelo transporte de informações visuais dos olhos até ao cérebro.
Uma equipa de farmacêuticos brasileiros está a desenvolver umas lentes de contacto inovadoras capazes de facilitar o tratamento do glaucoma, problema que afeta o nervo responsável pelo transporte de informações visuais dos olhos até ao cérebro.
O dispositivo oftalmológico, cuja conceção começou há três anos, foi criado por especialistas do Centro de Química e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) de São Paulo e liberta uma substância, o timolol, presente em diversos colírios indicados para tratar a doença.
Desta forma, os pacientes não precisam de aplicar constantemente o colírio no olho, uma vez que o medicamento acaba por ser depositado dia após dia de forma natural e em pequenas doses. Além disso, as lentes, feitas de silicone, têm um efeito duradouro, conseguindo manter a difusão da substância de forma continuada durante um período de até 30 dias.
José Roberto Rogero, farmacêutico e bioquímico que está a coordenar o projeto, explicou ao jornal Folha de São Paulo que o produto facilitaria, em especial, a vida dos idosos, que têm mais dificuldade em administrar o colírio sozinhos, por exemplo, desperdiçando “grandes quantidades de remédios nem sempre baratos”.
Para além do mais, acrescenta Rogero, os pacientes podem acabar por se esquecer da hora a que devem proceder ao tratamento, um risco que é eliminado com as lentes, visto que estas são usadas ao longo de todo o dia e libertam o líquido no momento certo.
José Roberto Rogero disse ainda ao diário brasileiro que estas lentes de contacto já estão prontas para passar por testes em humanos e sofrer aplicações industriais. Porém, o projeto perdeu parte da sua verba, pelo que os investigadores vão começar por testar o produto no setor veterinário.
Atualmente, a equipa de Rogero está a tentar adaptar o dispositivo oftalmológico em questão, substituindo o colírio por medicamentos anti-inflamatórios e antibióticos recomendados para cães e gatos com o propósito de tratar problemas de visão nestes animais.
[Notícia sugerida por Raquel Baêta, Sofia Baptista e Patrícia Guedes]