Uma associação de Leiria criou um projeto inédito de ensino de línguas. Em aulas informais, cidadãos de várias origens são, ao mesmo tempo, alunos e professores, num intercâmbio cultural pelo qual já passaram mais de 300 participantes.
Uma associação de Leiria criou um projeto inédito de ensino de línguas. Em aulas informais, cidadãos de várias origens são, ao mesmo tempo, alunos e professores, num sistema de intercâmbio cultural pelo qual já passaram mais de 300 participantes.
por Márcia Moço
O módulo inicial deste projeto criado pela Associação Fazer Avançar, o SPEAK Social, consiste em oferecer cursos de intercâmbio linguístico num formato informal, sendo que qualquer pessoa se pode inscrever para aprender um idioma novo em troca do seu voluntariado como tutor de uma outra língua.
Raúl Testa, vice-presidente da associação, explica que “a partilha entre participantes é prioridade face à aprendizagem funcional”. Para além das aulas informais, os grupos integram eventos inter-turmas onde se promove o diálogo intercultural, como simples passeios ou 'workshops' gastronómicos e culturais.
A segunda modalidade, o SPEAK Pro, surgiu mais recentemente com o intuito de oferecer um serviço de ensino de línguas alternativo e mais económico do que os outros cursos do mercado. Dividido em três formatos distintos, Raúl explica que o Pro é dirigido “a pessoas mais preocupadas em aprender uma língua de forma eficiente e rápida do que em ter um certificado”.
Alunos registam 98% de satisfação
No primeiro semestre de 2012, o projeto – que por enquanto apenas decorre em Leiria – contou a participação de 144 alunos, 16 turmas e oito idiomas diferentes no modelo de aprendizagem SPEAK Social. O segundo módulo foi lançado no semestre seguinte, tendo tido a adesão de 181 alunos, 135 inscritos no Speak Social e 46 no SPEAK Pro, ambos com 11 cursos.
O vice-presidente da Associação Fazer Avançar conta ao Boas Notícias que os inquéritos de satisfação distribuídos pelos participantes tiveram “resultados encorajadores”. Cerca de 90% dos alunos reinscreveram-se no projeto e 98% consideraram recomendar o SPEAK a amigos e familiares.
Atualmente, o projeto criado em conjunto com a fundação EDP opera apenas em Leiria mas o grupo de jovens já tem perspetivas quanto ao futuro destas aulas inovadoras com base na partilha de conhecimentos: “Prevemos, num cenário otimista, que o SPEAK possa estar presente em pelo menos mais uma cidade portuguesa ainda em 2013”.
Integração social e cultural aumenta
“A quantificação do impacto social obtido foi igualmente positivo: todos os indicadores de integração cultural e linguística dos participantes subiram entre o início e o final dos cursos do SPEAK SOCIAL”, salienta Raúl Testa.
Para a associação, estes dados são fulcrais uma vez que, além do ensino das línguas, o SPEAK quer ajudar a combater a exclusão sociocultural em Portugal. “Os fluxos migratórios fazem de Portugal um país onde cada vez mais comunidades de diferentes origens coabitam”, salienta.
E foi essa realidade que determinou a criação do SPEAK, em Fevereiro de 2012, com o objetivo de promover a comunicação entre as diferentes comunidades existentes em Portugal, um fator que é agravado com as barreiras linguísticas.
Raúl Testa, vice-presidente da Associação Fazer Avançar, explica ao Boas Notícias que a motivação do grupo é “valorizar a diferença enquanto fator de integração”.
Clique AQUI para aceder ao site oficial do SPEAK e saber mais sobre este projeto de intercâmbio cultural e linguístico.
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