O Observatório foi recentemente inaugurado e pretende assumir um papel de relevo na investigação da ecologia microbiana, assegurando também a preservação da importante biodiversidade existente nas nascentes termais das Furnas.
Este laboratório natural da vida nas caldeiras das Furnas vai assegurar a monitorização a longo prazo da ecologia microbiana termal, permitindo a criação de uma base de dados para futuros estudos científicos.
Nestas nascentes termais é possível observar a olho nu uma diversidade de comunidades microbianas, com variadas tonalidades de cor e texturas, porque os tapetes de micro-organismos atingem dimensões macroscópias por serem poucos os predadores que conseguem habitar neste ambiente extremo.
“Em todo o mundo há uma apetência crescente por esta área dos micro-organismos extremófilos e, nas Furnas, existem micro-organismos termais que podem ter uma importância fundamental para novas descobertas científicas”, afirmou José Contente, secretário regional da Ciência, em declarações à Lusa.
“A comunidade científica está muito interessada”, frisou José Contente, salientando as ligações deste centro de ciência aos observatórios microbianos de McMurdo Dry Valleys (Antártida), Guanacaste Tropical Forest (Costa Rica) e Yellowstone National Park (EUA), os mais importantes do mundo nesta área.
Não são apenas os cientistas que podem visitar o Observatório Microbiano dos Açores, que está também aberto ao público, disponibilizando roteiros específicos nas zonas onde vivem os pequenos seres.
“É uma zona muito rica, que urge preservar”, alertou José Contente, salientando que a sensibilização da população para a importância daquela área é fundamental para a sua defesa.