Nos tempos que correm, a tradição de reutilizar está novamente a ganhar adeptos. E foi para ajudar quem quer dar uma nova vida ao que as suas crianças já não usam que surgiu, pelas mãos de um jovem empreendedor português, o Kidsmoz.
Muitos foram, certamente, os que herdaram aquelas calças ou camisolas do primo que deixou de as vestir ou a quem não serviam. Ou que viram, na família, a roupa passar do irmão mais velho para o mais novo. Nos tempos que correm, esta tradição de reutilização está novamente a ganhar adeptos. E foi para ajudar quem quer dar uma nova vida ao que as suas crianças já não usam que surgiu, pelas mãos de um jovem empreendedor português, a plataforma online Kidsmoz.
por CATARINA FERREIRA
Aos 34 anos, Nuno Silva, licenciado em Informática, viu-se com vontade de criar um projeto próprio na sua área e que, quando concretizado, pudesse ter um efeito benéfico amplo. “Apercebi-me de que havia algumas mães que se ajudavam vendendo ou comprando as roupinhas das suas crianças e pareceu-me uma boa ideia juntar o útil ao agradável”, conta o mentor do Kidsmoz em entrevista ao Boas Notícias.
Desta ideia nasceu, há cerca de um ano, a plataforma cujo objetivo é, fundamentalmente, “aproximar as mães”, permitindo-lhes efetuar trocas e vendas entre si. A colocação de anúncios no site, aberto a utilizadores de todo o país, é gratuita e requer apenas o preenchimento de um formulário simples.
Após a submissão dos anúncios, Nuno Silva e os colegas que, entretanto, se juntaram ao projeto, fazem um escrutínio dos dados recebidos “para verificar se estão corretamente classificados e se são, de facto, dirigidos a crianças”. Se assim for, ficam acessíveis a todos.
“Esta é a melhor forma de rentabilizar a roupa – ou outros artigos – que, quando deixam de ser usados, ainda estão praticamente novos: reutilizá-los. Assim consegue-se poupar em termos financeiros, mas também em termos ambientais”, aponta o informático.
Através do Kidsmoz é possível vender e comprar, com preços que começam em poucos euros, “tudo o que diga respeito ao bebé ou à criança e que possa ser reutilizado”. As ofertas são muitas e abrangem todo o tipo de artigos de puericultura, desde carrinhos a berços ou cadeirinhas para o automóvel, passando por brinquedos, livros didáticos ou materiais de segurança infantil como barras de proteção.
Segundo Nuno Silva, o conceito implícito nesta plataforma “tem sido muito bem acolhido”. A utilização que lhe é dada não corresponde, no entanto, à apreciação positiva que a ideia recebe.
Conceito tem sido bem acolhido, mas há preconceito
“Nota-se que ainda há muito preconceito. Penso que a mentalidade de muita gente é que a ideia é boa, mas para os bebés dos outros”, lamenta o responsável, recordando que “ainda muito recentemente era vulgar usar a roupa dos primos ou irmãos mais velhos”, uma prática não muito diferente da que o site propõe.
Ainda assim, Nuno acredita que o projeto pode vingar e, a prova disso, é que em conjunto com a restante equipa do Kidsmoz tem já várias “cartas na manga” para o futuro. No que respeita às questões técnicas, o jovem português ambiciona “colocar a plataforma nos dispositivos móveis”, “criar um meio que credibilize as mães” e os pais e dar-lhes a hipótese de criar uma “identidade mais forte”, personalizando as suas listas de produtos.
Porém, e porque, num contexto de dificuldades económicas, é importante aproveitar o que cada um tem de bom para oferecer, o mentor do Kidsmoz tem também em mente vir a promover “a venda de artigos manufacturados”, valorizando o “saber fazer” e a produção local e gerando mais benefícios para a comunidade.
Nuno Silva salienta que será a evolução da plataforma a determinar a aplicação prática destes planos. Para que assim seja, o Kidsmoz, que deverá manter-se gratuito e, quem sabe, “expandir-se para outras línguas ou países”, terá de continuar a crescer, permitindo às mães e pais reutilizar o que já foi das suas crianças e encontrar o que lhes faz falta de uma forma amiga do ambiente e da carteira.
Clique AQUI para aceder ao Kidsmoz e AQUI para conhecer a página da plataforma no Facebook.