É já no próximo ano letivo que arranca o Retomar, um programa governamental de incentivo financeiro que vai apoiar jovens até aos 30 anos que estejam a ter problemas em finalizar os estudos superiores devido a dificuldades económicas.
É já no próximo ano letivo que arranca o Retomar, um programa governamental de incentivo financeiro que vai apoiar jovens até aos 30 anos que estejam a ter problemas em finalizar os estudos superiores devido a dificuldades económicas e cujo regulamento deverá ser aprovado esta sexta-feira.
De acordo com o ministro de Educação e Ciência português, Nuno Crato, o Retomar será desenvolvido no âmbito do Garantia Jovem, baseado em fundos comunitários, com envolvimento do Estado Português, e tem como objetivo dar apoio financeiro aos alunos que, tendo suspendido os estudos superiores e necessitando de apoio financeiro para os retomar, o queiram fazer.
À margem de uma visita oficial a Cabo Verde, Nuno Crato disse aos jornalistas que [para beneficiar do programa] os estudantes “têm de estar em situação de finalizar o curso a que se propõem” e ter até 30 anos de idade.
“Há a possibilidade de financiamento de até 3.000 jovens por ano, o que é um valor significativo, sendo disponibilizados a cada um deles 1.200 euros por ano (100 euros mensais) e 300 euros à instituição em que se inscreverem, permitindo que esta tenha um cuidado especial com o estudante”, explicou o governante, citado pela Lusa.
O programa prevê, em troca, que os alunos se “empenhem nos estudos com sucesso” e, conforme estabelece o regulamento ainda à espera de ser aprovado, estes não serão apoiados caso não concluam, pelo menos, 60% das cadeiras no ano anterior ao início do apoio.
“É um regulamento que tem como implicação que o jovem se empenhe no estudo e obtenha sucesso nesse empenho. Isso é algo que já aplicamos às bolsas de Ação Social para o Ensino Superior. Os jovens mantêm essas bolsas se, no ano anterior, tiverem concluído pelo menos 60% das cadeiras”, afirmou o governante.
“Começámos sem nenhuma exigência, há três anos. Depois, estabelecemos um patamar de 50% e, mais tarde, de 60%. Mesmo assim, o número de bolsas atribuídas tem sido superior ao longo dos anos. Ou seja, há mais jovens interessados em ter este tipo de apoio. São bolsas atribuídas com base no compromisso de trabalharem para completar os seus estudos”, frisou Nuno Crato.
Ensino superior reduz o risco de desemprego
Para o responsável, este é um programa que “faz todo o sentido” para jovens que possam, por razões financeiras, ter mais dificuldade em finalizar os estudos. “Há jovens que não estão a estudar nem estão empregados e têm agora uma oportunidade de completar os estudos superiores de forma a estarem melhor preparados para enfrentar o mercado de trabalho”, congratulou-se o ministro.
Nuno Crato destacou ainda que “os jovens com curso superior, à partida, têm uma expectativa de remuneração superior à dos que não o têm” e “uma probabilidade de ficar desempregados muito menor do que os que não têm [curso]”, sendo Portugal “um dos países onde essa diferença é mais vincada”.
Questionado sobre os eventuais problemas de desertificação estudantil no interior, Nuno Crato disse não ver por que o apoio aos jovens no programa Retomar possa contribuir para tal, assegurando que o programa “ajudará”, pelo contrário, a que as instituições no interior de Portugal vejam a sua procura acrescida.
“Há muitas instituições do interior que oferecem, além de uma excelente oportunidade de educação, condições de vida, tranquilidade e convívio social, preços de mercado para alojamento, alimentação, que são imbatíveis”, concluiu.