Charlotte White, 16 anos, sofreu um acidente brutal aos 11 anos e desde aí a jovem debate-se com um nível severo de paralisia e depressão, resultantes da sua condição. Mas tudo melhorou quando encontrou a motivação certa nas aulas de musicoterapia.
[Foto © BBC]Charlotte White, 16 anos, sofreu um acidente brutal aos 11 anos e desde aí a jovem debate-se com um nível severo de paralisia e depressão, resultantes da sua condição. Mas tudo melhorou quando encontrou a motivação num programa de musicoterapia inovador.
A estudante consegue agora tocar música clássica e já compõe os seus próprios temas. A partir de pequenos movimentos da cabeça, a jovem consegue interromper, graças a uma nova tecnologia, um raio magnético, o que desencadeia as notas da música.
Usando movimentos dos polegares, Charlotte aprendeu a controlar a configuração das notas disponíveis, num processo parecido com o do guitarrista que muda a forma dos acordes.
A adolescente passou cinco anos em internamentos de hospital para depois passar por um período de reabilitação no qual conseguiu retomar os movimentos da cabeça e, gradualmente, dos dedos.
De acordo com a BBC, aos 16 anos, Charlotte começou a frequentar uma escola mas não gostou das atividades oferecidas, que recorriam à musicoterapia tradicional.
“A musicoterapia é alguém à tua frente, a bater num tambor ou a tocar viola, e devemos dizer-lhes todos as preocupações da nossa vida. É incrivelmente condescendente e muito chato”, contou ao jornal britânico.
A adolescente então foi para o projeto Drake Music, na cidade de Bristol, uma organização que usa tecnologia para ajudar pessoas portadoras de deficiência a participarem de iniciativas musicais.
Neste projeto, Charlotte começou a trabalhar com Doug Bott e aprendeu a usar seus movimentos para tocar. Bott afirma que Charlotte se destacou logo no começo.
“Ela tinha interesse em música clássica, o que não acontecia com muitos dos jovens com quem eu trabalhava na época, era interessada em trabalhar sozinha e à maneira dela”, afirmou.
A performance de Charlotte numa apresentação escolar, onde tocou uma suite para violoncelo de Bach, foi filmada pela Drake Music e, para além de elogios, alcançou interesse internacional via internet, o que acabou por lhe valer também um prémio de artes do Trinity College de Londres.
A atividade musical mostrou-lhe que era capaz de quebrar barreiras e com auto-estima renovada, a adolescente ingressou agora numa universidade britânica, onde escolheu estudar política social e criminologia.