Um grupo empresarial japonês vai investir 2 milhões de euros em Portugal, na fábrica de tomate de Águas de Moura, para aumentar a capacidade de produção de cerveja com tomate. O anúncio foi feito pelo responsável daquele espaço, Martin Stilwell, que
Um grupo empresarial japonês vai investir 2 milhões de euros em Portugal, na fábrica de tomate de Águas de Moura, para aumentar a capacidade de produção de cerveja com tomate. O anúncio foi feito pelo responsável daquele espaço, Martin Stilwell, que tem vindo a reforçar, de ano para ano, a ligação com o mercado asiático.
Segundo o responsável, o interesse do grupo HIT (Holding da Indústria Transformadora do Tomate) pelos produtos de tomate nacionais resulta de uma ligação de quase 30 anos à fábrica, em Castanheira do Ribatejo, “que se tem vindo a intensificar ao longo do tempo”.
Nos últimos anos, a multinacional japonesa já investiu cerca de 10% da sua faturação anual de 2.000 milhões de dólares naquele espaço, o que permitiu traduzir “os resultados obtidos em laboratório para a escala industrial”.
Um desses exemplos é a cerveja feita com com extrato de tomate produzido ali na fábrica. A experiência foi timidamente posta à venda nas prateleiras de pequenos supermercados de Tóquio, mas acabou por alargar a distribuição a toda a rede da capital nipónica apenas um ano mais tarde.
Segundo o responsável, citado pela Lusa, as vendas de extrato do tomate usado para fazer esta bebida duplicaram em 2013 e prevê-se que o mesmo volte a acontecer em 2014, o que vai implicar um aumento da capacidade de produção naquela que é a única fábrica com tecnologia e capacidade necessárias para produzir o produto.
Japoneses apostam na qualidade dos produtos portugueses
Nos últimos quatro anos, os japoneses já investiram cerca de dois milhões de euros nas instalações e Martin Stilwell prevê um investimento similar em 2014, precisamente para reforçar a produção deste extrato, usado na cerveja japonesa.
Por enquanto, a cerveja é vendida exclusivamente naquele país do Pacífico e o empresário assume que é preciso ser cauteloso no que respeita ao investimento. “Temos de ter alguma certeza de que o produto vai ter sucesso antes de avançar. Tóquio tem um pouco menos de 20 milhões de habitantes e o Japão tem cerca de 170 milhões. Se entrarmos na distribuição em todo o Japão, a nossa capacidade de produção é rapidamente esgotada”, refere.
O grupo HIT tem como principal acionista o gigante agroalimentar japonês Kagome e é dono das fábricas de processamento de tomate Italagro, na Castanheira do Ribatejo e FIT, em Águas de Moura.
Em Portugal, são produzidas, anualmente, cerca de 1,3 milhões de toneladas de tomate transformado, exportadas na sua quase totalidade. O Japão é o segundo maior cliente, a seguir à Europa, recebendo cerca de 10% do total.