Chama-se Paro e é quase tão adorável como as verdadeiras. Esta foca bebé robótica, criada no Japão, está a ser usada para tratar a depressão em sobreviventes.
Chama-se Paro e é quase tão adorável como as verdadeiras. Esta foca bebé robótica, criada no Japão, é capaz de responder ao toque humano e está a ser usada para tratar a depressão em sobreviventes do tsunami que assolou o país o ano passado.
A pequena Paro está a ser oferecida às crianças e adultos que ficaram sem teto depois da catástrofe e que se encontram em abrigos temporários, dando algum conforto àqueles que perderam os animais de estimação mas também aos que não têm com que brincar ou procuram um pouco mais de afeto.
“É muito fofinha e murmura quando lhe dou festinhas”, disse Kosei Oyama, de 10 anos, citada pela AFP. “Por causa do tsunami temos menos brinquedos”, lamentou a criança, feliz com a nova companhia. Porém, a foca bebé também alegra as vidas dos mais velhos.
“Muitos dos meus vizinhos não querem voltar a ter animais porque não querem recordar-se do que aconteceu”, contou, por seu lado, Tsuyako Kumagai, de 47 anos. “Para eles, os animais eram parte da família”, acrescentou a dona de casa japonesa, confessando que Paro tem sido uma boa forma de aliviar a ausência dos amigos de quatro patas.
Tecnologia ajuda a manter a comunicação
O robô, equipado com sensores táteis e auditivos, mexe as barbatanas e interage com o dono, tendo sido já usado anteriormente em hospitais e lares como terapia para a depressão e a demência nos idosos. Além de oferecem a Paro aos residentes, os responsáveis estão também a apostar noutras tecnologias com o objetivo de minimizar os danos mentais causados pelo desastre natural.
“É importante para estas pessoas manter a comunicação”, referiu Kazuhiro Kojima, investigadora do Advanced Industrial Science and Technology, que desenvolveu a foca bebé. “Esperamos que os robôs possam dar aos moradores dos abrigos temporários uma oportunidade e uma ajuda na reconstrução da comunidade”, completou, salientando a importância do apoio psicológico num caso como este.
De acordo com fontes governamentais, cerca de 325.000 pessoas continuam a viver nestes, especialmente na região norte do Japão, depois de ter passado quase um ano sobre o incidente.
A catástrofe levou a que muitos perdessem todos os seus bens, mas fez também com que milhares fossem forçados a abandonar as suas casas devido às fugas de radiação registadas na Central Nuclear de Fukushima.