ISTsat-1. Assim se chama o satélite 100 por cento português, que está a ser desenvolvido com o apoio do Instituto de Telecomunicações (IT), no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Após uma intensa competição de projetos de toda a Europa, a Agência Espacial Europeia (ESA) selecionou o satélite português para integrar o próximo lote de CubeSats a enviar para o espaço, que será colocado em órbita pelos astronautas da Estação Espacial Internacional. A construção integral do satélite – assim como a preparação para o seu lançamento e monitorização – estão a cargo de uma equipa totalmente portuguesa, constituída por seis coordenadores, dois colaboradores e 14 alunos.
Além de assegurar a maior percentagem do orçamento – entre 500 mil e um milhão de euros – a ESA fornece apoio técnico e é responsável pelo lançamento do satélite. Tudo o resto é assegurado pela equipa portuguesa, desde o design de todo o hardware (controladores, rádios, sensores, fontes de alimentação e atuadores) ao desenvolvimento do software, incluindo-se, aqui, os sistemas de processamento e comunicação digital. Segundo Gonçalo Tavares, coordenador dos sistemas de comunicação, “o facto de ser a equipa portuguesa a fazer todos os subsistemas foi um dos aspetos que a ESA valorizou”.
“O primeiro satélite construído por uma universidade portuguesa”
Lançado em 1993, o POSAT-1 – projeto liderado pelo cientista Fernando Carvalho Rodrigues, com o apoio de várias empresas e universidades portuguesas – é considerado o primeiro satélite português. No entanto, “este é o primeiro satélite construído por uma universidade portuguesa”, afirma Rui Rocha, investigador do IT e líder da equipa do ISTsat-1.
Refira-se, ainda, que o projeto conta agora com a participação de Carlos Fernandes, também investigador do IT, que veio reforçar a equipa que levará a tecnologia portuguesa para território espacial. Apesar de contar com a parceria da Associação Portuguesa de Amadores de Rádio para Investigação, Educação e Desenvolvimento (AMRAD) e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC), o projeto necessita, ainda, de apoios – nomeadamente do setor privado – para que o satélite, já em fase avançada, se torne realidade.