O Supremo Tribunal da Islândia condenou, na última semana, quatro ex-banqueiros do Kaupthing Bank, falido em 2008, a penas entre quatro a cinco anos e meio.
O Supremo Tribunal da Islândia condenou, na última semana, quatro ex-banqueiros do Kaupthing Bank, a penas entre quatro a cinco anos e meio. Os detidos são três antigos altos cargos e um accionista desta instituição bancária que levou o país à falência em 2008.
A sentença provou que o Kauthing Bank financiou a maior parte da compra das suas próprias ações, no valor de mais de 170 milhões de euros, através de uma sociedade ligada ao Qatar, pouco antes do colapso deste banco.
A pena mais pesada, de cinco anos e meio, foi para o presidente executivo da instituição financeira, Hreidar Már Sigurdsson. O ex-presidente do conselho de administração, Sigurdur Einarsson foi condenado a quatro anos de cadeia.
Já o diretor do Kaupthing Bank, Magnús Guomundsson, e Ólafur Ólafsson, um dos principais accionistas do banco, tiveram penas de quatro anos e meio, avança a agência Reuters.
“Ninguém é demasiado importante para ser detido”
Olafur Hauksson, responsável do governo islandês que investigou os bancos no seguimento do abalo financeiro, disse à mesma agência que a decisão do Supremo Tribunal, que manteve a sentença proferida em 2013, é um sinal para outros países fazerem o mesmo. Ninguém é “demasiado importante” para ser condenado, defendeu.
“Este exemplo envia uma mensagem forte que irá levantar a discussão”, salientou, acrescentando ainda que o caso “mostra que estes casos podem ser díficeis, mas que podem levar a resultados”.
Esta condenação, a “mais pesada na história da Islândia”, mostra os resultados dos esforços que a Islândia tem implementado para punir os representantes de bancos locais, ao contrário dos restantes países da Europa abalados por crises semelhantes.
Depois de declarada a bancarrota em 2008, na sequência da falência dos três principais bancos do país, a Islândia recusou proteger os credores dos bancos cujas dívidas eram 10 vezes superiores a economia islandesa. O povo saiu à rua em diversas manifestações recusando assumir a dívida dos bancos.
Na Islândia, existem mais sete casos deste género a serem julgados pelo Supremo Tribunal da Islândia e mais 14 à espera de julgamento.
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