O povo islanlês foi chamado a votar em referendo, este sábado, seis questões relacionadas com a constituição elaborada em 2011 com a contribuição da sociedade civil. Dois terços dos participantes, votaram a favor da nova constituição. A participação no referendo rondou os 50 por cento.
As questões que foram a referendo prendem-se com temas que influenciam a vida de todos os cidadãos e, por isso, são de interesse público. As perguntas foram respondidas com “sim” ou “não” para simplificar a contagem.
Os recursos naturais do país, a existência de uma igreja nacional, a eleição de independentes para o parlamento, a realização de referendos a pedido da população e, ainda, a aprovação ou não da constituição elaborada, em 2011, com a colaboração da sociedade civil foram alguns dos temas a votos e que, na sua maioria, foram aprovados por uma grande margem.
O tema da gestão dos recursos naturais do país nórdico foi o que conquistou mais votos. Dos islandeses que votaram, 81% respondeu que os recursos naturais devem ser explorados pelo Estado e que é inconstitucional a exploração por privados. Assim, a nacionalização destes recursos deverá avançar em breve.
Embora quase 70 por cento dos votantes tenha dito “sim” à aprovação da nova constitução, uma vez que este referendo tem apenas efeitos consultivos, a última palavra será do parlamento islandês. Caso seja aprovada, esta nova constituição vai substituir o documento existente que data de 1944.
Tal como foi noticiado pelo Boas Notícias, o projeto de constituição foi elaborado, em Julho de 2011, por uma comissão de 25 cidadãos oriundos de contextos sociais muito diferentes e contou com sugestões da população que foram submetidas através da Internet, num exercício democrático sem precedentes.
A elaboração de uma constituição pelos cidadãos é um marco importante na história da democracia e a maioria dos islandeses parece concordar com esta via. Magret Einarsdottir, uma islandesa reformada, disse à AFP que esta é a decisão lógica a tomar: “Para mim, a escolha não é difícil. Penso que é o povo quem tem de decidir o que consta na constituição”.