Deverão por isso ter um papel decisivo no reforço da competitividade nacional.
Trata-se de um setor dinâmico e multidisciplinar que, em Portugal, assume já uma expressão interessante, representando, em 2015, cerca de 2,6% do emprego total do país, 3,1% do PIB e 3% das exportações1. Na União Europeia, estima-se que as Indústrias Criativas sejam responsáveis por mais de 3% do PIB e do emprego2, sendo que, de um ponto de vista relativo, o país tem um posicionamento intermédio entre um grupo de economias e sociedades mais desenvolvidas e um grupo de economias emergentes e sociedades em transição.
Não surpreende por isso que as Indústrias Criativas venham assumindo uma expressão crescente nos apoios atribuídos no âmbito dos Sistemas de Incentivo às Empresas, nomeadamente nos instrumentos de apoio à I&D Empresarial acompanhados pela Agência Nacional de Inovação.
De facto, e embora o perímetro deste setor seja ainda relativamente indefinido, estimamos que ao longo dos últimos anos tenham sido apoiadas cerca de 56 empresas que, em colaboração com 30 entidades não empresariais do Sistema de Investigação e Inovação, realizaram um conjunto de projetos de I&D envolvendo um investimento total de cerca 27 de milhões de euros (ao qual corresponde um incentivo financeiro de cerca 18 milhões de euros). Importa também sublinhar que este é um setor em que o impacto e indicadores de sucesso dos projetos supera largamente a média dos projetos acompanhados pela ANI, tendo resultado em 32 produtos/serviços, 67 publicações, 150 comunicações, 50 teses de mestrado/doutoramento e 12 patentes/modelos de utilidade.
O portal noticioso diário e online P3 (p3.publico.pt), lançado em 2010, constitui um desses exemplos de sucesso, e é também provavelmente um dos que melhor ilustra a importância da tecnologia e o impacto que a colaboração entre empresas e entidades de I&D pode aportar a esta indústria3.
Envolvendo uma equipa “científica e tecnológica” verdadeiramente multidisciplinar – que vai das “Letras” às TIC – e dirigido a um público-alvo jovem e jovem adulto, o projeto “P3.net” é, do ponto de vista do modelo de plataforma noticiosa e do modelo de negócio, muito bem-sucedido. Tendo mesmo excedido alguns dos objetivos a que se propôs, assume-se hoje como o site do Público com maior tráfego em número de vistas, visitantes e páginas vistas. Resultados do último trimestre apontam para 2.006.883 visitantes, 2.866.914 visitas e 11.668 pageviews.
As Indústrias Criativas devem afirmar-se cada vez mais como um setor de inovação e empreendedorismo de base tecnológica. A Agência Nacional de Inovação assume o compromisso de contribuir para o reconhecimento desse posicionamento, associando-se à UNICER e à Fundação de Serralves, entre outros, para atribuição do “Prémio Nacional das Indústrias Criativas”. Com esta participação a ANI procura, de forma particularmente empenhada, contribuir para colocar na agenda mediática o tema da valorização e comercialização do conhecimento, a inovação e o empreendedorismo de base marcadamente tecnológico nas Indústrias Criativas.
- Diário Económico, 2015 “Actividades criativas e cultura já representam 3% das exportações” http://economico.sapo.pt/noticias/actividades-criativas-e-cultura-ja-representam-3-das-exportacoes_216674.html
- Comissão Europeia, 2016 “Supporting cultural and creative industries” http://ec.europa.eu/culture/policy/cultural-creative-industries/index_en.htm
- Este projeto foi financiado pelo COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade, no âmbito do Sistema de incentivos à I&DT (Investigação e Desenvolvimento Tecnológico) e inserido na estratégia do Cluster das Indústrias Criativas do Norte.
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