Ciência

Investigadores desvendam genoma da peste negra

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Uma equipa de investigadores conseguiu descodificar o genoma da Peste Negra, doença que matou milhões de pessoas no passado. Esta foi a primeira vez que um genoma tão antigo foi reconstruído e pode significar um novo passo no conhecimento das doenças infecciosas modernas.

O estudo foi publicado na revista Nature e vai permitir aos investigadores traçar uma nova linha na evolução patogénica dos vírus, ao longo da história. Os resultados do trabalho de investigação indicam que a bactéria responsável pela Peste Negra foi uma variante da Yersinia pestis.

Entre 1347 e 1351 morreram 50 milhões de pessoas, devido ao vírus da peste. Hoje em dia, continuam a morrer perto de duas mil por ano atingidas pela doença, mas a grande questão para os investigadores é descobrir o que causou o enorme surto naquele período.

O estudo conduzido pela Universidade de Hamilton, Ont., e pela University of Tubingen, na Alemanha, usou um novo método que retira pequenos fragmentos de ADN degradado do agente causador da doença. Os investigadores analisaram mais de 100 restos mortais de vítimas da peste, enterrados em Londres.

“Reconstruímos, metodologicamente, uma máquina do tempo para voltar ao passado e ter acesso às doenças da população ancestral, o que é algo que nunca tínhamos podido fazer antes”, cita a CBC News o geneticista Hendrik Poinar, diretor do McMaster Ancient ADN Centre.

“Este genoma mostra que a bactéria, ou variante, é o ancestral de todas as pragas modernas que existem hoje em dia”, explicou o geneticista ao Science Daily. Poinar acredita que esta descoberta inicia uma nova era na investigação das doenças infecciosas. 

Algo que se torna especialmente relevante se pensarmos que, atualmente, ainda morrem todos os anos duas mil pessoas com a peste bubónica. Os investigadores descobriram que nos últimos 660 anos se registaram muito poucas alterações do genoma da bactéria, mas essas alterações podem ser responsáveis pelo elevado surto que se registou no século XIV.

O próximo passo dos cientistas vai ser procurar as razões que tornaram a crise tão mortífera.

Para ler o estudo completo, clique aqui.

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