Uma equipa de investigadores norte-americanos e japoneses fizeram uma descoberta inédita, capaz de revolucionar novas terapias no campo da medicina regenerativa personalizada.
Uma equipa de investigadores norte-americanos e japoneses fizeram uma descoberta inédita, capaz de revolucionar novas terapias no campo da medicina regenerativa personalizada. Os mesmos conseguiram criar células pluripotentes a partir de células sanguíneas de mamíferos adultos, sujeitando-as a elevados nível de stress ambiental, através da sua imersão numa solução ácida.
Constituído por especialistas do Brigham and Women's Hospital, em Boston, nos EUA, e do Centro RIKEN de Biologia do Desenvolvimento de Kobe, no Japão, o grupo de cientistas usou células de ratinhos de laboratório já adultos (nomeadamente, glóbulos brancos), sujeitando-as a diferentes tipos de situações traumáticas: baixos níveis de oxigénio, choques térmicos, subnutrição, perfuração da membrana e banhos ácidos de 30 minutos.
Cada uma das experiências colocava as células em análise perto do limiar da morte. No entanto, no espaço de dias, as mesmas recuperavam dos estímulos stressantes a que tinham sido sujeitas, reprogramando-se e recuando a um estado semelhante ao de uma célula estaminal.
Pegando nestas novas células pluripotentes, os investigadores conseguiram criar diferentes tipos de tecidos, inserindo-as em ambientes distintos. Caso o processo possa vir a ser aplicado também em células humanas, a descoberta pode abrir novas portas para terapias celulares regenerativas personalizadas, como a substituição de células danificadas ou o desenvolvimento de novos órgãos.
O estudo foi publicado esta quarta-feira na prestigiada revista 'Nature'.
Notícia sugerida por António Resende, Elsa Fonseca e Maria Manuela Mendes