O Centro de Língua e Cultura do Instituto Camões integrará uma biblioteca e uma escola para o ensino do Português, e será instalado numa zona “muito portuguesa” de Toronto, conforme disse à Lusa a coordenadora do ensino do Português no Canadá, Ana Paula Ribeiro.
Segundo a coordenadora, “toda a parte didática e pedagógica vai estar a cargo do Instituto Camões”, mas em termos financeiros, este projeto vai contar com o apoio de um empresário luso-canadiano, cuja identidade fica ainda por revelar.
A implementação deste centro cultural será uma forma de afirmar a presença do Instituto Camões na América do Norte e uma ferramenta na divulgação e promoção da língua e cultura portuguesas.
Ana Paula explicou à Lusa que o projeto “abrange agora os níveis do infantário às universidades e irá implementar a nova ótica do ensino como língua estrangeira, abandonando o modelo de ensino como língua materna”, que domina ainda as escolas comunitárias.
“O Português é uma língua de futuro e a nova perspetiva é de abrir o seu acesso a toda a comunidade, a todos os interessados em aprendê-la, sejam lusodescendentes ou não”, acrescentou.
A coordenadora, que está em Toronto há cerca de 6 meses com o objetivo de reorganizar o ensino da língua, constatou que são necessárias alterações nos programas de ensino de Português, a formação dos professores e nos materiais de apoio que estão desatualizados, áreas em que está já a trabalhar.
Também a articulação entre a coordenação de ensino no Canadá e as direções escolares públicas, é um ponto a desenvolver nesta fase, nomeadamente através da oferta de programas de ensino de português e orientação aos professores.
Em termos geográfico o país necessita de medidas específicas, conforme explicou Ana Paula Ribeiro. Por exemplo, na província da Colúmbia Britânica, na costa oeste, a coordenadora está em contacto direto com os responsáveis da Universidade de Vancouver, para que seja possível reintroduzir, no próximo ano letivo, o curso de Português, suspenso há dois anos.
No Ontário, a coordenação continuará a lutar pelo reconhecimento oficial dos estudos em língua Portuguesa no sistema educativo.
A coordenadora gostaria que todos os professores se organizassem numa “frente comum” para a promoção e divulgação da língua e que fosse possível ajudar a unificar as duas coordenações na América do Norte (Canadá e Estados Unidos).