Os esforços e o sucesso alcançado pelas empresas start-up portuguesas em tempos de crise estão a ser alvo de grande destaque pela imprensa internacional.
Os esforços e o sucesso alcançado pelas empresas start-up portuguesas em tempos de crise estão a ser alvo de grande destaque pela imprensa internacional. Depois de uma reportagem publicada pela agência noticiosa Reuters, vários órgãos de comunicação a nível mundial, em particular os anglo-saxónicos, estão a dar relevo àquilo que se faz de bom em Portugal em termos empresariais, contrariando a tendência recessiva.
A Padaria Portuguesa e a start-up biomédica Cell2B, que está a preparar-se para iniciar ensaios clínicos de terapias celulares destinadas a por fim à rejeição humana de órgãos após transplante, são duas das empresas destacadas pela Reuters, que falou com os seus responsáveis para tentar saber como se fazem negócios em Portugal.
A reportagem salienta que a crise da dívida pública, muito violenta para a economia, está a dificultar a cedência de empréstimos e o financiamento estatal a novas companhias em Portugal mas, ao mesmo tempo, está a servir de motor para a mudança, obrigando os empreendedores a desenvolver ideias “mais detalhadas e inteligentes” para conquistar investidores.
Segundo a peça do jornalista Andrei Khalip, estas ideias “estão a começar, lentamente, a desafiar o modo tradicional de fazer negócio em Portugal, muitas vezes criticado por revelar falta de ambição e por obedecer a um ponto de vista muito restrito, não olhando para o exterior”.
Além de contar a história de empresas que, pelas vitórias que têm conquistado, estão entre os bons exemplos do espírito inovador português, o artigo olha também para o outro lado: o daqueles que apoiam quem quer investir e criar o seu próprio negócio, no qual sobressaem as incubadoras de empresas como é o caso da StartUp Lisboa.
Incubadoras de empresas portuguesas são elogiadas
Em conversa com a agência noticiosa, João Vasconcelos, o principal responsável da Startup Lisboa, explica que a incubadora, que alberga 40 empresas, assemelhando-se “a uma colmeia movimentada”, não é como as que se encontram em Londres ou Berlim, mas impressiona quem a visita.
Estas incubadoras, muitas vezes patrocionadas pelos municípios e destinadas principalmente a empresas tecnológicas (mas, mais recentemente, também a companhias de comércio e serviços), são frequentemente alvo de elogios.
“Os investidores estrangeiros que nos visitam escolhem sempre uma empresa na qual investir. Ficam fascinados com a qualidade técnica, os programadores e os engenheiros”, explica João Vasconcelos.
Outro elemento fulcral para quem quer criar um negócio é a burocracia. A reportagem frisa que, em Portugal, o processo de abertura de uma empresa tem vindo a tornar-se bastante mais simples, mas ainda há um longo caminho a percorrer para voltar a colocar o país na senda do crescimento.
“Para ultrapassar este 'vale da morte' precisamos de um grande número de empresas, em especial de empresas inovadoras e orientadas para a exportação. O governo está a fazer o seu melhor para pôr um fim à burocracia, simplificando a concessão de licenças para tornar Portugal um país amigo das start-ups”, garantiu Carlos Oliveira, secretário de Estado do Empreendedorismo, também ouvido pela Reuters.
Agora que as empresas têm mais facilidade em nascer, o mais importante é, conclui a reportagem, que as start-ups portuguesas consigam manter-se a laborar durante longos períodos de tempo.
Isto porque, realça, em Portugal, os negócios de pequena e média dimensão correspondem a quase 3/4 dos empregos a nível nacional, mas a sua qualidade em termos gerais e, sobretudo, a sua esperança de vida, deixa ainda a desejar.
Clique AQUI para aceder à reportagem publicada pela Reuters e reproduzida em vários órgãos de comunicação internacionais (em inglês).