Cientistas identificam zona do cérebro que ajuda a tomar decisões
Uma das áreas mais pequenas do cérebro está a merecer um novo protagonismo graças a uma nova investigação que demonstra que esta região é crucial para determinar o nosso poder de deci
Uma das áreas mais pequenas do cérebro está a merecer um novo protagonismo graças a uma investigação, realizada no Canadá, que demonstra que esta região é crucial para determinar o nosso poder de decisão.
Um estudo da University of British Columbia (Canadá), publicado este mês na revista Nature Neuroscience, afirma que a região lateral do cérebro conhecida como habénula, que os cientistas até agora apenas associavam à depressão, é fundamental no momento de tomar decisões.
Para realizar o estudo, os cientistas puseram ratinhos de laboratório a escolher entre uma pequena, mas sistemática, recompensa de comida ou uma recompensa de comida maior mas mais esporádica.
Tal como os humanos, os ratinhos avaliaram a situação e escolheram a melhor opção, ou seja o maior volume de comida, tendo em conta que o ‘preço’ que tinham a pagar era pequeno (esperar um pouco mais pela nova dose de comida).
Quando os cientistas desativaram a ação da habénula, os ratos perderam a capacidade de decidir, escolhendo aleatoriamente uma ou outra situação, sem avaliar o custo-benefício.
De acordo com um comunicado da University of British Columbia, estas conclusões podem ser importantes no tratamento da depressão, já que algumas escolas de medicina recomendam diminuir a atividade da habénula para anular os sintomas desta doença.
“Este estudo esclarece qual o processo cerebral que está envolvido nas importantes decisões que tomamos no nosso dia-a-dia, desde escolher entre duas ofertas de emprego ou decidir que carro vamos comprar”, diz Stan Floresco, psicológico e o investigador principal do estudo, em comunicado.
A investigação sugere que, afinal, minimizar a atividade da habénula pode não ser benéfico para estes doentes. “Técnicas como a Deep Brain Stimulation [que reduz a atividade dessa zona do cérebro] podem sugerir melhorias nos doentes deprimidos, contudo poderão não estar a torná-los mais felizes mas, apenas, a fazer com que fiquem mais indiferentes ao seu estado”, conclui o investigador.