O Porto vai ter o seu primeiro grande evento internacional de novo circo. Entre os dias 13 e 16 de setembro, o Coliseu Porto, em parceria com a Porto Lazer, vai oferecer aos moradores da cidade e a todos os que a visitam mais de 40 espetáculos gratuitos, quase todos ao ar livre e em estreia nacional.
Casa do Circo por tradição e excelência, o Coliseu assume para o Festival Internacional de Circo um objetivo claro: ser o maior evento de circo contemporâneo em Portugal e entrar no roteiro dos maiores festivais internacionais, reforçando o posicionamento do Porto como centro das artes e da cultura.
Os números, selecionados pelo presidente do Coliseu Porto, Eduardo Paz Barroso, e por João Paulo Santos, premiado acrobata de mastro chinês, radicado em França há vários anos e considerado pioneiro no circo contemporâneo em Portugal, vão distribuir-se pelas praças e jardins do centro. O chapitô, tenda coberta da cidade, será o Coliseu Porto.
As companhias dos vários países europeus trazem espetáculos para todas as idades. A primeira revelação do festival é a companhia francesa Lapsus, com “Six pieds sur terre” (Coliseu, 15 + 16 de setembro) A cenografia foi pensada para transmitir uma ideia de (des)construção, através de movimentos mas também de tijolos e até de cascas de ovo. Tudo material lúdico para um jogo coletivo que combina uma narrativa engenhosa, humor, domínio de movimento e criatividade.
Performances de rua poéticas, que chegam a fazer cócegas à criança que há em nós, é o que podemos esperar da companhia belga D’irque & Fien, com o espetáculo “Sol Bemol” (Santo Ildefonso, 13 + 14 + 15 de setembro). “Obrigado pela forma como amplificam a poesia… Vocês são criadores de felicidade”, lia-se no bilhete que um anónimo deixou no pára-brisas do carro da D’irque & Fien.
Em “3D”, a companhia francesa HMG dá o corpo ao manifesto e a batida ao movimento. O objeto central do espetáculo (São Lázaro, 14 + 15 + 16 de setembro) chama-se também 3D e funciona como uma extensão do corpo, que se movimenta em três disposições, para três direções diferentes. São também três as artes que se misturam: o circo, o teatro e a música.
A dupla alemã Zircus Morsa estreia em Portugal a criação “La Fin Demain” (Praça dos Poveiros, 14 + 15 de setembro), vencedora no ano passado da secção OFF do festival francês Sorties de Bain, na Normandia. Para ganhar, só precisaram de uma mesa, de uma corda, de um tubo, de um tronco de madeira e, claro, de muita elasticidade e talento. Com estes elementos, pretendem transmitir uma mensagem de esperança para os tempos conturbados que se vivem: às vezes, o que falta no mundo é um pouco de equilíbrio. 100% circo atual, combinado com dança e movimento.
O último nome dos primeiros cinco hoje revelados vem de França e apresenta-se como Clément Dazin. Um dos espetáculos mais introspetivos que poderemos ver no I Festival Internacional de Circo do Porto, “Bruit de Couloir” oferece uma viagem poética ao momento em que, perto do fim, vemos passar diante dos nossos olhos o filme das nossas vidas. Misturando malabarismo e dança contemporânea com gestos inspirados no hip-hop, o espetáculo evoca fragmentos de emoções e de vida através do corpo, bolas brancas e malabarismo. “Uma performance irreal, terrivelmente bela, terrivelmente humana”, descreveu o magazine cultural francês Télérama.
As restantes companhias serão desvendadas até setembro.