“Uma vez que até agora as válvulas existentes eram de tamanhos menores, muitos doentes que sofriam de estenose aórtica grave e que apresentavam uma válvula cardíaca doente de maior diâmetro não podiam realizar o tratamento percutâneo”, explicou Rui Campante Teles, Cardiologista de Intervenção no Hospital de Santa Cruz, em comunicado de imprensa.
A implantação da prótese, que foi realizada, esta semana, pela primeira vez no nosso país , foi “um implante percutâneo de uma válvula com 31 milímetros num doente que tinha essa necessidade anatómica”, acrescenta o cardiologista.
Este procedimento permite tratar cerca de 20% dos doentes com aperto da válvula aórtica cuja anatomia não tinha solução por terem uma anatomia de elevada dimensão para as próteses de válvulas disponíveis.
A prótese, uma válvula aórtica que tem 29 milímetros de diâmetro (na foto), pode ser implantada do mesmo modo que as de menor tamanho – por via femoral, subclavia ou transaortica. Segundo o comunicado de imprensa do hospital de Carnaxide, esta válvula pode ser comprimida e introduzida por um catéter com apenas 8 milímetros de diâmetro.
Em todo o mundo, cerca de 300 mil pessoas sofrem de estenose aórtica grave e aproximadamente um terço destes pacientes são considerados de elevado risco ou não elegíveis para cirurgia de coração aberto.
A substituição da válvula percutânea é a única terapia alternativa, minimamente invasiva e clinicamente eficaz para doentes com estenose aórtica grave, sintomáticos, que estão nestas condições. Até à data as válvulas disponíveis tinham apenas dimensões de 26 e 29 milímetros.