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Homem sobrevive a 70 paragens cardíacas em 12 horas

Em 2008, o brasileiro Francisco Xagas Silva, agora com 66 anos, sofreu 70 paragens cardíacas e foi ressuscitado 70 vezes pela equipa médica tendo sobrevivido sem qualquer sequela.
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Em 2008, o brasileiro Francisco Xagas Silva, agora com 66 anos, sofreu 70 paragens cardíacas e foi ressuscitado 70 vezes pela equipa médica tendo sobrevivido sem qualquer sequela. O caso deste homem está a espantar a comunidade médica e vai agora ser relatado na “Ressuscitation”, uma publicação que é uma referência internacional na área da reanimação, avança o jornal Folha de São Paulo.

Foi em Dezembro de 2008 que tudo aconteceu. Na altura Francisco Silva fumava dois maços de tabaco por dia. O brasileiro sentiu uma forte dor no peito e foi a mulher que chamou a ambulância onde o homem viria a sofrer a primeira das 70 paragens cardíacas. Francisco confessa à Folha de São Paulo que, depois do primeiro desmaio, não se lembra de nada do que aconteceu.

Foi, por isso, a sua mulher que fez o relato explicando que os médicos estavam com pouca esperança de ver o seu marido sobreviver, embora nunca tenham desistido de o reanimar com massagens, choques no peito e medicamentos, ao longo de quase 12 horas.

Depois de ter o coração estabilizado, Francisco ainda foi submetido a uma cirurgia cardíaca, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, após a qual sofreu uma embolia pulmonar e uma infeção generalizada que o deixou 15 dias em coma.

Nessa altura os médicos garantiram à esposa do eletricista, Fidélia, que se o marido sobrevivesse iria ficar com grave sequelas. Mas o milagre aconteceu: Francisco voltou para casa intacto tanto a nível físico como mental: recordava-se até dos códigos do multibanco.

A história de Francisco Silva impressionou a enfermeira Daniela Morais que terminou, recentemente, uma pesquisa sobre paragens cardiorrespiratórias assistidas pelos serviços de emergência, entre 2008 e 2010, para a sua tese de doutoramento. “A maioria faleceu nas primeiras 24 horas. A história do Francisco é a mais incrível”, conta a enfermeira citada pelo jornal de São Paulo.

Para a família Silva, a explicação para esta impressionante historia de sobrevivência está na sorte e na religião, já que são muito devotos. No entanto, os médicos consideram que este “milagre” se deve sobretudo à boa condição física do paciente (apesar do tabagismo) e ao facto de ter recebido uma assitência de alta qualidade.

Por fim, os próprios médicos admitem um último ingrediente, uma terceira razão para o que aconteceu: “A terceira é a sorte. Sem dúvida, esse é um homem de sorte”, diz um dos médicos que avaliou a tese de Daniela. Após o enfarte, Francisco Silva deixou de fumar e começou a praticar exercício físico.

[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]

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