Ayanda Nqinana sofreu um acidente de viação em 2005, em Joanesburgo, que o deixou com lesões cerebrais graves e várias fraturas na bacia e pernas. Desde então, o homem permaneceu, em coma, internado no East London Newhaven Hospital, onde os especialistas acreditavam que nunca mais voltasse a acordar.
Contudo, a mulher de Nqinana, Nomfundo, convenceu os médicos a administrarem ao marido o ansiolítico Stilnox (zolpidem) depois de ouvir relatos do sucesso deste comprimido em pacientes em estado de coma. A equipa acabou por prescrever o medicamento e, uma semana depois, Nqinana acordava do coma, capaz de reconhecer a família, lembrar-se de conversas e até de falar.
Apesar das suas capacidades não estarem comprovadas cientificamente, o Stilnox e outros comprimidos soporíferos usados para combater insónias, que contêm o princípio ativo denominado zolpidem, parecem ter o efeito contrário ao desejado em pacientes com lesões cerebrais: em vez de induzir ao sono, o medicamento despertará, alegadamente, o doente, havendo relatos de vários outros casos semelhantes a este no mundo.
Porém, a administração destes fármacos requer prescrição médica, visto que os efeitos secundários podem afetar o sistema nervoso provocando perturbações de foro psiquiátrico, vertigens, dores de cabeça ou até perda de memória.
Outra desvantagem deste tipo de medicamentos é que o seu efeito desaparece passado duas horas. Ainda assim, não tem sido esse o caso de Nqinana. De forma progressiva, e sob vigilância dos médicos, após recuperar os sentidos, o sul-africano tem apresentado evoluções e as suas funções motoras começam, agora, a normalizar.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]