Neurocientista da Universidade da Califórnia, Bruce Bridgeman sofria de estrabismo desde muito novo. Devido a este problema, nunca tinha conseguido ver o mundo a três dimensões, tal como acontece com a visão normal, sendo que esta falta de profundidade é comummente chamada de “stereoblindness”.
Não obstante esta limitação, Bruce decidiu ir ver o filme “Hugo” em 3D ao cinema com a mulher, em Fevereiro deste ano, noticia a BBC. Logo nos primeiros minutos da película de Martin Scorcese, a visão de Bridgeman começou a alterar-se ao distinguir as diferenças de profundidade nas cenas transmitidas no ecrã gigante. A maior surpresa é que a modificação nos olhos de Bruce se manteve desde então e, neste momento, o homem continua com uma visão normal.
Para relatar o fenómeno ao mundo, Bridgeman enviou uma carta a um neurocientista para que esta fosse publicada no seu blogue. “Quando pagámos pelos óculos 3D, até achei um desperdício de dinheiro porque comigo não faria qualquer diferença”. No entanto, a surpresa foi muita ao distinguir profundidades no filme, mas maior ainda ao continuar a fazê-lo na rua.
“Eu fiquei espantado ao ver um candeeiro sobressair em relação ao fundo. Árvores, carros e até pessoas estavam mais vívidas do que em qualquer outra vez”, frisou o neurocientista na sua carta, declarando que, desde então, a sua visão tem evoluído positivamente, até chegar ao nível normal.
Embora alguns se mantenham céticos quanto ao fenómeno, existem já teorias para suportar a sua ocorrência. Perante a ineficácia de terapias a que Bridgeman já se tinha sido submetido, os estímulos constantes no filme realizado em 3D de raiz podem ter sido suficientes para despertar a visão em profundidade.
Clique AQUI para aceder à carta de Bruce Bridgeman (em inglês).
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]