Esta cirurgia tem pouco mais de um ano e consiste numa “técnica de desenervação renal por ablação”. Para realizar a intervenção, os profissionais de saúde acedem, através da virilha, a uma artéria do rim, cuja atividade é reduzida, conduzindo à redução da tensão arterial.
“Esta é uma técnica que custa cerca de 4.000 euros. Um doente gasta, em média e anualmente, mil euros em medicamentos para baixar a tensão arterial. Em quatro anos o investimento foi reposto”, disse o cardiologista Manuel Almeida à Lusa.
O cardiologista sublinhou ainda, que este é um procedimento “minimamente invasivo” que necessita, de equipamento e salas especiais, além de material, sendo ainda uma intervenção dispendiosa.
Apesar de não ser um tratamento curativo, já que os doentes não deixam de ser hipertensos, mas permitem um controlo que não seria possível de outra forma.
Menos de 24 horas após a intervenção, o doentes “estão bem”, revelou cardiologista. Para já a seleção dos próximos pacientes vai prosseguir, a qual passará pelos “casos mais graves e com maior risco para os doentes”.
Tratamento pioneiro
Este é um tratamento recente que se realiza apenas em alguns centros europeus, sendo pioneiro em Portugal e na Península Ibérica, e destina-se aos doentes que não conseguem baixar os níveis da tensão arterial com medicamentos, mesmo quando tomam seis a oito comprimidos diários, explicou à Lusa o cardiologista Manuel Almeida.
O responsável da unidade de intervenção cardiovascular do Hospital de Santa Cruz (Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental) sublinhou que não existia, até esta data, nenhuma cirurgia capaz de controlar os níveis de hipertensão para os doentes com diagnóstico de resistência a medicamentos para esta doença.
Assim, as pessoas afetadas pela hipertensão e que não a conseguiam tratá-la com medicação viviam com “elevado risco de problemas cardiovasculares”, como trombose e enfarte.
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes]