Na verdade, os Descobrimentos marcaram uma revolução científica liderada pela geração dos mais preparados da época. Cartógrafos, matemáticos e engenheiros navais fizeram nascer a caravela, o astrolábio e as cartas marítimas, a tecnologia de ponta que nos permitiu “passar ainda além da Taprobana”.
Quinhentos anos depois, o mar e a sua exploração, enquanto fatores de desenvolvimento económico do país, voltam a ser um desígnio nacional. Uma vez mais o conhecimento avançado e as suas aplicações inovadoras serão fator de vantagem competitiva. Hoje, como há cinco séculos, dispomos de uma nova geração de “navegadores” e “exploradores” altamente qualificados e que podem ajudar Portugal a “dar novos mundos ao Mundo” também na chamada Economia do Mar.
A ANI – Agência Nacional de Inovação tem vindo a apoiar o esforço empresarial em investigação & desenvolvimento na “nova” Economia do Mar em áreas como a energia, a piscicultura, a farmacêutica e cosmética, a robótica oceânica, a construção náutica de recreio, a vigilância marítima e a produção de sal marinho. A atuação da agência no setor tem vindo a cobrir os diferentes níveis de maturidade tecnológica, desde a prova de conceito até à demonstração tecnológica.
Desde 2007, a ANI apoiou 116 projetos com aplicação ou impacto no setor da Economia do Mar com um incentivo total de cerca de 30M€. A Sparos, a Critical Software, a A. Silva Matos, a Administração dos Portos do Douro e Leixões, a A4F – Alga Fuel são os nossos principais clientes nesta área.
Na mais recente abertura de candidaturas para projetos mobilizadores, a ANI recebeu cinco propostas com impacto no setor da Economia do Mar com um investimento muito próximo dos 50M€. Nestas candidaturas estão envolvidas 117 entidades entre empresas, ensino superior e Centros de Interface Tecnológico. No Horizonte 2020, os concursos relacionados com a Economia do Mar já selecionaram 33 projetos onde participam entidades portuguesas, que beneficiaram de 13,8 M€ de financiamento comunitário.
A ANI tem vindo a colaborar com a Wavec Offshore Renewables, desde 2014, na organização de bolsas de contactos internacionais no setor das renováveis marinhas. Desta colaboração resultou a realização de 240 reuniões bilaterais entre cerca de 140 participantes, que têm contribuído ativamente para promover a visibilidade e promoção de empresas e centros de investigação nacionais. O mar continuará a ser uma área de futuro, quer para Portugal quer para o mundo. Os efeitos das alterações climáticas e as necessidades de proteção da erosão da orla costeira deverão ser um forte driver de eco inovação, enquanto que os mercados da robótica oceânica e da mineração subaquática serão, igualmente, áreas onde a ciência e a tecnologia terão enormes oportunidades de crescimento. Acreditamos que o sistema nacional de investigação e inovação tem um papel a desempenhar neste futuro e manterá a sua rota “por mares nunca de antes navegados”.
Projetos apoiados pela ANI no setor da Economia do Mar – Volume de incentivo contratado (M€) por ano fiscal (incentivos fiscais) e de assinatura de contrato (incentivos financeiros).
No âmbito dos incentivos financeiros, o apoio ao setor da Economia do Mar representa 6,4% do total dos apoios à investigação & desenvolvimento geridos pela ANI no PT2020, verificando-se um aumento face ao anterior programa de apoio, QREN, em que o peso deste setor era de 3,8%. Durante o ano de 2016 houve um número record projetos de I&D contratados nesta área.
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