Saúde

Hérnias: Portugueses desenvolvem cirurgia pioneira

Dois cirurgiões portugueses desenvolveram uma técnica cirúrgia pioneira para o tratamento de hérnias inguinais. O procedimento inovado está a despertar o interesse de especialistas internacionais.
Versão para impressão
Dois cirurgiões portugueses desenvolveram uma técnica cirúrgia pioneira para o tratamento de hérnias inguinais. O procedimento inovador, que permite realizar o dobro das cirurgias em menos tempo do que as técnicas convencionais, está a despertar o interesse de especialistas internacionais e está já a ser implementado em alguns hospitais europeus. 
 
Em declarações à Lusa, os investigadores Augusto Lourenço, cirurgião no Hospital da Guarda, e Rui Soares da Costa, especialista do Hospital de São João, no Porto, contaram que o estudo desta técnica, denominada “Onstep”, teve início há cerca de sete anos, depois de se terem conhecido num congresso da especialidade. 
 
“Ouvi-o [Augusto Lourenço] descrever o que estava a investigar e achei genial. Fui à Guarda e, a partir daí, começámos a trabalhar em conjunto, a desenvolver experiências paralelas, a compará-las e a resolver as pequenas complicações que iam surgindo”, relembrou Rui Soares da Costa.
 
De acordo com o especialista, “os resultados eram meritórios, eram uma novidade e uma pequena revolução no tratamento desta patologia”. A investigação culminou na criação de uma nova prótese,  já patenteada, que despertou o interesse da maior multinacional desta área.
 
Além disso, desde 2012, cirurgiões de toda a Europa – vindos de países como Dinamarca, Suécia, Finlândia, Alemanha, Áustria, Suíça, Holanda, Bélgica, França, Inglaterra, Itália, Espanha, Grécia e Portugal – se têm deslocado ao Centro Hospitalar de S. João para se familiarizarem com esta nova intervenção cirúrgica. 
 
“Já vieram cá cerca de 40 e virão pelo menos outros 40 até Maio”, desvendou Rui Soares da Costa à Lusa, acrescentando que, “num hospital de Copenhaga [na Dinamarca], em seis meses, realizaram cerca de 100 intervenções, o que diz da importância que passou a ter este sistema”. 

Técnica é mais rápida e apresenta melhores resultados
 

Os investigadores revelaram que, de acordo com os testes efetuados em quase mil doentes ao longo destes anos, a técncia “apresenta melhores resultados quanto à dor pós-operatória e crónica, complicações precoces e tardias, recorrências, menor tempo operatório, menor tempo de internamento, menor tempo necessário de retoma ao trabalho e maior grau de satisfação do que os outros métodos utilizados”.
 
Segundo Rui Soares da Costa, “o aumento do número destas cirurgias é de tal forma notório que as listas de espera caíram drasticamente”. “Em 11 meses reduzimos a lista de espera em cerca de 60% neste tipo de patologia”, frisou o cirurgião.
 
Esta redução das listas de espera está relacionada, segundo Augusto Lourenço, com a duração da intervenção. Esta intervenção “demora, em média, metade do tempo das outras técnicas”, salientou, destacando que a mesma permite também “uma rápida recuperação, um baixo nível de complicações e uma ausência de dor crónica”. 
 
Os problemas com a hérnia inguinal, que surgem na zona da virilha, são quatro vezes mais frequentes nos homens do que nas mulheres. Em Portugal, anualmente, realizam-se cerca de 17 mil procedimentos cirúrgicos anuais relacionados com a patologia, o que coloca este tipo de cirurgia na lista dos mais frequentes no país. 

Comentários

comentários

PUB

Live Facebook

Correio do Leitor

Mais recentes

Passatempos

Subscreva a nossa Newsletter!

Receba notícias atualizadas no seu email!
* obrigatório

Pub

Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Saiba mais aqui.

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close