A experiência desta espécie de banco genético levada a cabo pelo Esporão pretende ser uma espécie de seguro ambiental mas também comercial.
“Não sabemos se, daqui a uns anos, o consumidor não irá pedir um Boal-Ratinho”, diz ao Público João Roquette, administrador executivo do grupo Esporão SA, mencionando uma casta rara. “Mas também pensámos no aquecimento global”, completa.
As várias castas foram plantadas com apoio do Instituto Nacional de Recursos Biológicos. De acordo com o jornal Público estão lá todas as castas do Alentejo e as principais oriundas de outras regiões vinícolas portuguesas.
Estão também as mais importantes a nível internacional, como a Espanha ou a França, mas também Itália, Alemanha e Roménia. Algumas delas estão quase em desuso como as castas Carignan, Grenache, Manteúdo, Moreto, Perrum ou a romântica Amor-Não-Me-Deixes.
Dentro de três anos as 2.222 plantas em 188 linhas paralelas estarão em regime de produção. A partir daí, pretende-se fazer experiências pontuais com as castas. Uma parte pequena das uvas será eventualmente utilizada para microproduções de vinhos monocasta. O resto será aproveitado para a produção vinícola normal da herdade.
As alterações climáticas estão a preocupar viticultores em várias partes do mundo. Vinhos de qualidade podem ficar comprometidos nas regiões onde são hoje produzidos devido a temperaturas acima do normal e ventos fortes como já aconteceu este ano.