Nos restaurante McDonalds do Havai, ao pequeno-almoço, serve-se Portugal à mesa. A tradicional linguiça de S. Miguel, servida com arroz e ovos mexidos, é uma das apostas mais recentes da gastronomia portuguesa naquela ilha tropical.
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Nos restaurante McDonalds do Havai, ao pequeno-almoço, serve-se Portugal à mesa. A tradicional linguiça de S. Miguel, servida com arroz e ovos mexidos, é uma das apostas mais recentes da gastronomia portuguesa naquela ilha tropical.
Provar o melhor dos sabores lusitanos não é novidade naquela região do Pacífico. Só entre 1878 e 1888, por exemplo, chegaram ao Havai cerca de 12 mil emigrantes dos Açores e da Madeira, para trabalharem na cana-de-açúcar. A sua marca cultural permanece até hoje, sobretudo à mesa.
Fátima Cameron, de 73 anos, é natural da ilha Terceira, emigrada há 40 anos e dos poucos emigrantes portugueses que ainda mantêm a língua naquele estado norte-americano.
Segundo conta à agência Lusa, os descendentes lusos no Havai têm por hábito fazer vinha de alho para usar na carne de porco, uma tradição também da ilha de São Miguel. Já a língua, acabou por cair em esquecimento.
“São poucas as pessoas que ainda falam português. Os descendentes só sabem palavras como pão doce, referindo-se à massa sovada, bacalhau e linguiça, bem como malassadas, que se continua a fazer no Havai e são consumidas por todos os habitantes, e pouco mais do que isso”, refere Fátima Cameron, de 73 anos.
Centro cultural português em 2014
Audrey Rocha Reed foi CEO da J.Walter Cameron Center, uma organização sem fins lucrativos, reformada desde 2007. Afirma que, hoje em dia, existe “muitos poucos descendentes” de portugueses de origem açoriana ou madeirense ainda vivos no Havai, estimando-se que sete por cento da população seja de origem lusa.
Para além da culinária, destaca que a presença dos Açores se faz sentir através das festas do Espírito Santo, com a particularidade da maior parte dos rancheiros não serem de origem portuguesa nem católicos.
Segundo conta, “em breve”, a ilha de Maui vai possuir, em Agosto de 2014, um centro cultural português – o primeiro no Hawai -, a ser construído com fundos públicos do governo do arquipélago e do condado (Maui).
“Vai ser um espaço que irá dispor de cerâmica, livros, vídeos, jogos para crianças, entre outros produtos culturais, a par de informação genealógica sobre as famílias portuguesas que se instalaram no Hawai durante o período de 1878 e 1913, quando a emigração começou oficialmente e acabou”, refere.
Para a produta do único programa de rádio português que resta no Havai, a cultura portuguesa no Havai não está viva nem morta. “A língua desapareceu para a maior parte, daí que seja difícil manter uma cultura sem a língua”, declara Reed, que diz adorar, “especialmente, a música dos Açores e Madeira”.
“Os meus amigos enviam-me CDs e costumo também encomendar à casa Furtado’s, em San José, Califórnia”, conclui.
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